Farol Santander abre mostra imersiva e tecnológica

Por meio de lasers, projeções e leds, artistas criam universos virtuais que se misturam com a arquitetura do Farol Santander

Ocupando os andares 22 e 23 do Farol Santander, a exposição “Metaversø” vai fazer você viajar para dimensões virtuais além da compreensão! Com curadoria de Antonio Curti, a mostra imersiva reúne cinco obras inéditas e preparadas especialmente para o espaço por coletivos e artistas paulistanos como Bijari, VIGAS, SALA 28, AYA Studio, Bloco e Wesley Lee.

Quando a porta se abre no 22º ou 23º andar do Farol Santander, você encontra um mundo que existia, até então, na cabeça de quem o criou e agora está em cartaz na mostra imersiva Metaversø
Créditos: Junior Viana
Quando a porta se abre no 22º ou 23º andar do Farol Santander, você encontra um mundo que existia, até então, na cabeça de quem o criou e agora está em cartaz na mostra imersiva Metaversø

Os artistas prepararam instalações imersivas e sensoriais que evidenciam as relações entre luz, tecnologia e arquitetura como manifestação artística.

Por meio de técnicas de led, laser e projeções, o objetivo da mostra é a criação de um Metaversø, um espaço onde o mundo virtual se transforma em uma metáfora do mundo real. As obras baseiam-se na concepção de universos.

A ideia é mostrar como as novas linguagens não se limitam a novos aparelhos de uso pessoal e como elas são capazes de criar sensações necessárias para a evolução da sociedade. A mostra “Metaversø” apresenta a tecnologia como manifestação artística e constrói os caminhos da arte e do futuro.

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As obras da mostra imersiva

  • Horizonte Utópico, por Bijari

É uma experiência imersiva criada pelo coletivo Bijari a partir de uma ocupação do espaço pelo verde e tecnologia. Uma realidade alternativa em que a cidade é habitada por plantas e os humanos vagueiam como gigantes à deriva em vias sem automóveis. Um ambiente em construção tomado por andaimes, plantas e luz produz um espaço vivo e pulsante que se contrapõe à aridez cinza avistada através de uma janela. A ambientação tem trilha sonora composta por Arthur Joly e evidencia a relação entre a cidade real e a cidade possível – que nos questiona sobre qual horizonte queremos.

  • Reta-Curva, por Sala 28

As concepções de história, tempo e espaço estão constantemente sendo desafiadas. Com a utilização dos meios de luz e movimento, “Reta-Curva” propõe uma instalação que dialoga sobre esse processo, e como a relação entre espaço e tempo é capaz de acomodar e consolidar formas aparentemente nebulosas de maneira transparente. Através dos movimentos parabólicos hipnóticos e visualmente encantadores da obra, são mostradas ao público as possibilidades infinitas que estão na jornada da humanidade.

  • Aparato 10¹º, por VIGAS

Baseado em predições da existência de universos além do que conhecemos, VIGAS propõe uma experiência imersiva, questionando nossa percepção de mundo e as limitações visuais que nos impedem de transgredir as barreiras do universo observável. O artista utiliza uma instalação audiovisual que funciona como um aparato capaz de multiplicar a imagem do público inúmeras vezes, fazendo alusão à teoria de que, nesse exato momento, temos cópias de nós mesmos em universos paralelos ao que vivemos.

  • Mementos, por Aya Stuxio x Bloco

O duo de artistas propõe uma experiência que estimula a união entre o físico e o digital na sociedade contemporânea. O que os olhos não conseguem ver se torna evidência dessa conexão, trazendo à tona a dependência de ambos os contextos na construção do futuro da civilização. O real e o digital, aparentemente extremos distantes, mostram-se, na verdade, um equilíbrio necessário.

  • Interlúdio, por Aya Studio x Wesley Lee

Com o avanço exponencial da tecnologia, questionamentos surgem sobre o papel do ser humano e as novas soluções. A obra vai ao encontro desse pensamento, trazendo a importância da humanidade para a evolução e a necessidade de olhar para a matéria-prima que a produz. Máquinas não existiriam sem o ser humano, e os artistas propõem um momento para este questionamento ser evidenciado. Toda tecnologia necessita de uma mente e uma alma pulsando.

Artistas convidados

Ao reunir jovens e tradicionais talentos paulistanos, o Farol Santander fortalece a conexão com a valorização da nossa cidade e da cultura local.  Entre os artistas convidados, os grupos Sala 28 e AYA Studio expõem pela primeira vez seus trabalhos em uma mostra de arte, ao lado do coletivo Bijari, que foi criado há mais de 20 anos em São Paulo.

Além deles, participam da mostra também Vigas, um artista multimídia brasileiro com obras que transitam entre projeções de grande escala, instalações luminosas, produção sonora, projeções 360º e performance ao vivo; Matheus Leston (Bloco), que alia tecnologia e arte em projetos para marcas, eventos, instituições e artistas; e Wesley Lee, artista paulistano que já expos em festivais como Ars Electronica (Austria) e TADAEX (Irã).

Desde a inauguração do Farol Santander, o 22º e o 23º andares recebem exposições de arte imersiva. Metaversø é a quinta mostra apresentada ao público, e permanece aberta até o dia 15 de setembro, de terça a domingo, das 9h às 20h. O ingresso para a mostra custa até R$ 20 e dá direito para a visitar todo o prédio do centro cultural. Para garantir o seu, acesse o site da Ingresso.com.

Dica pra quem gosta de exposição que dá pra tocar

Se você é desses que se coça pra passar a mão numa obra de arte (te entendemos!), não pode perder a exposição “Ernesto Neto: Sopro“, com grandes estruturas lúdicas feitas de tecido pelo escultor contemporâneo