Quais serão as profissões em alta no Brasil nos próximos anos?

Confira dicas de como agir na procura de novas profissões e quais delas se sobressem durante a crise, segundo informações do especialista Celso Bazzola

Não é novidade para ninguém que os brasileiros enfrentam um difícil contexto de falta de emprego. No final de setembro, apesar da queda para 12,1% da taxa de desemprego, ainda foram contabilizados 12,7 milhões de desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cenário, como constata o órgão, afeta, sobretudo, os cidadãos de até 29 anos, o que nos leva a pensar sobre possibilidades de trabalhos diferentes da área original de qualificação. Pensando nisso, a Catraca Livre pesquisou quais serão as profissões em alta no Brasil nos próximos anos.

Para o diretor executivo da Bazz Estratégia de Recursos Humanos, Celso Bazzola, definir os setores que se destacarão exige algumas análises.

“O que leva a definirmos algumas carreiras promissoras para o próximo ano são as tendências de mercado e a economia do país. As necessidades e mudanças de comportamento também influenciam nessa análise”, explicou o especialista.

Devido à falta de empregos, brasileiros abrem mão de carteira assinada e partem para trabalhos informais
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Devido à falta de empregos, brasileiros abrem mão de carteira assinada e partem para trabalhos informais

Aí vale um alerta: o fato destas profissões serem valorizadas não é motivo para cair de cabeça nas mesmas, já que, no meio deste caminho, existe mais um ponto muito importante a ser considerado, a vocação.

Geralmente, a falta de emprego e a necessidade de se ganhar dinheiro leva as pessoas a se arriscarem em novos campos.

Contudo, a longo prazo, a permanência na área pode ser comprometida pela falta de reconhecimento na profissão, o que provoca o resultado contrário.

De acordo com o especialista, é preciso estar atento quanto às profissões em alta para não tomar decisões precipitadas na carreira.

“Não devemos alterar os planos profissionais para outras carreiras apenas por tendências, considero que mais importante é avaliar suas habilidades e paixão, assim, com certeza, o sucesso será inevitável”, conta o diretor da Bazz.

Pense bem antes de apostar em uma nova área, afinal, é preciso conhecimento para enfrentar novos empregos
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Pense bem antes de apostar em uma nova área, afinal, é preciso conhecimento para enfrentar novos empregos

Na hora de considerar um novo ofício, fique atento quanto à área de interesse. Se você possui segundo grau de graduação, leve em conta setores que, de alguma forma, conectem-se ao que já foi estudado.

Vale lembrar que a concorrência é grande, por isso se arriscar em profissões distantes da sua realidade pode gerar frustrações e problemas durante o trabalho, obrigando, muitas vezes, que se abandone o cargo para entrar na busca por emprego novamente.

Celso Bazzola acrescenta que várias áreas tiveram seus momentos de destaque e depois entraram em baixa, já outras estão presentes nas empresas em destaque até hoje.

Ao buscar por profissões em alta, considere, antes de tudo, seu perfil e habilidades
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Ao buscar por profissões em alta, considere, antes de tudo, seu perfil e habilidades

Boa parte das profissões em alta para os próximos anos estão ligadas à transformação digital e tecnológica, o que impactou, segundo informações apuradas pelo site InfoMoney, sobretudo, as áreas de planejamento financeiro, recursos humanos e comercial.

O fato do manejamento de tecnologia estar entre as qualificações das profissões em alta acaba por passar na frente aqueles que já têm familiaridade com análise de dados e conhecimento de softwares.

Por isso, caso você se sinta desatualizado, uma boa dia é investir em cursos (presenciais ou não) de gestão e tecnologia da informação.

Agora vamos para o que interessa! A partir de pesquisas de instituições especializadas na projeção de empregos para o futuro, como as Harvard Business Review, The Independent, PWC e o Guia Salarial Robert Half, a Catraca Livre listou quais serão as profissões em alta nos próximos anos. Confira:

  • Gerente de Recursos Humanos

Com noções de negócios, tecnologia e estratégias, pessoas com conhecimentos em recrutamento e treinamento ganham atenção de empresas interessadas em formar líderes e capacitadores de equipes.

  • Analista contábil e gerente fiscal

Em meio à crise, empresas se interessam em reduzir os cortes de gastos e procuram capacitados em planejamento financeiro e análise de negócios com visão estratégica e boa comunicação.

  • Gestor de projetos em TI

A escolha da tecnologia ideal visando garantir a segurança e velocidade das informações podem ser fatores decisivos no investimento e resultado da empresa. Isso reduzirá tempo, otimizando processos e mantendo um grupo menor de colaboradores altamente qualificados.

  • Gerente jurídico

Com expectativas otimistas, empresas planejam uma boa retomada no mercado, o que exige a produção de contratos e aquisições.

  • Especialista em gerontologia

Com o avanço de idade da população brasileira, ficará mais evidente a busca pela saúde e qualidade de vida dos idosos, com isto, os especialistas destas áreas terão um imenso campo de trabalho para atender este público.

  • Especialista em SEO (Search Engine Optimization) e analista de mídias digitais

As redes sociais e a Internet influenciam decisivamente no bom desenvolvimento de empresas de diversos segmentos. Por isso, organizar planejamentos de marketing e otimizar a imagem da instituição é muito importante para seu crescimento.

  • Especialista em experiência do usuário

Com a tecnologia tomando conta dos serviços oferecidos por empresas, é importante que essas desenvolvam meios de atrair o cliente e mostrar a importância de seus produtos.

  •  Profissional de trade marketing 

A fim de alavancar as vendas e os negócios, esse profissional tende a ser ainda mais importante na estratégia de recuperação de perdas e produção de lucros.

  • Profissional de agroecologia e engenheiro ambiental

O agronegócio representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que exige profissionais atualizados sobre a redução de danos ambientais causados pelo setor. Segundo oC onselho Federal de Engenharia e Agronomia, um agroecólogo chega a ganhar R$3 mil como salário inicial.

  • Engenheiro hospitalar

A tecnologia, mais do que nunca, toma conta da medicina. Por isso, centros hospitalares necessitam de apoio de profissionais que dominem aparelhos e proporcionem a automação e melhoria de processos da área da saúde.

  • Conselheiro de aposentadoria

Os rumores e propostas da efetivação da reforma previdenciária deixaram os brasileiros assustados com a possibilidade de se aposentarem ou não. Diante desse cenário, um profissional que entenda de direitos, mercado financeiro e previdência social se faz necessário tanto a empresas quanto à cidadãos em dúvida sofre a efetivação desse processo.