Em Papua-Nova Guiné, mulheres acusadas de bruxaria ainda são perseguidas e mortas

A enfermeira e freira suíça Gaudentia Meier, reside no país há 40 anos cuidando dos nativos. Um dia, no almoço, ouviu crianças correndo e gritando “Eles vão cozinhar a sanguma (feiticeira)!”.

É difícil de acreditar que em pleno século 21 mulheres ainda sofram com acusações de bruxaria. Mais surpreendente ainda é que essas mulheres sejam perseguidas, torturadas, mutiladas e mortas.

Em Papua-Nova Guiné, na Oceania, 80% da população vive em zonas rurais e remotas com pouco ou nenhum acesso à saúde, saneamento básico e educação. De acordo com o Dr. Phillip Gibbs, antropólogo, especialista em bruxaria e padre, que mora no país há algum tempo, quando alguém morre nessas comunidades, principalmente se for homem, as pessoas começam a procurar um culpado e geralmente a culpa recai sobre a mulher mais próxima do falecido.

Fotos: Vlad Sokhin

Acusadas de bruxaria e apontadas como responsáveis por feitiços e pela morte de filhos, maridos e entes próximos, elas são castigadas com violência física, mutilação e por vezes a morte. São deixadas nuas, às vezes tem as mãos ou dedos cortados com facões e por fim muitas acabam queimadas vivas.

Enquanto a tortura acontece, a comunidade observa inerte, nem mesmo a polícia intervém na carnificina. Alguns especialistas dizem que em lugares que ainda possuem essa tradição, as ações se tornaram mais violentas e cruéis com a ação de gangues e uma mistura de álcool, drogas e falta de informação.

Via IdeaFixa

Clara Caldeira

Por Clara Caldeira

Jornalista, escritora e pesquisadora, especialista em gênero e meio ambiente. Apaixonada por literatura e pelas artes oraculares, está sempre em busca de formas de conectar seus estudos e suas paixões.