Universitária desabafa: cansei de ser ofendida e humilhada.

A universitária Joana Penido,  18 anos, dos cursos de teatro da  Faculdade Célia Helena e de Produção Cultural da FAAP, em São Paulo,  já cansou de ser ofendida não apenas por se vestir como gosta, mas por não seguir determinadas “regras sociais”.  Foi ofendida das mais variadas formas. Muitas vezes pelas próprias mulheres.

Por isso, Joana, nascida em Salvador e vivendo em São Paulo,  decidiu  compartilhar com o Catraca Livre sua adesão ao movimento  “Eu Não Mereço Ser Estuprada” e “Niguém Merece” – movimentos digitais que defendem a igualdade entre os sexos.

Leia aqui seu depoimento:

Em solo soteropolitano essas férias fui chamada de “para frente” duas vezes. Na primeira até pensei que fosse positivo, afinal “para frente”, na minha percepção, significa progresso. Até que cheguei na segunda situação e aí percebi que era uma afirmação impressionantemente machista de fazer escolhas pessoais em que as pessoas se sentiam no direito de julgar. E isso me trouxe de volta à realidade, à sociedade em que vivemos hoje em dia. Hoje de manhã recebi uma cantada das mais sujas, de um homem a 40 centímetros da minha cara. Gritei exigindo respeito e o xingando da maneira mais agressiva que eu podia, demonstrando todo o meu ódio. E tudo que eu recebi em troca foi um sorriso irônico em resposta. O pior é que isso é uma situação constante na vida de qualquer mulher, e pior ainda, gerada muitas vezes pelas próprias mulheres. O fato de que 65% da população acha que é culpa das roupas “provocativas” das mulheres a maior parte dos estupros que ocorrem hoje em dia. CHEGA DISSO. A MULHER TEM OS MESMOS DIREITOS DO QUE O HOMEM DE SE VESTIR E SE PORTAR EM SOCIEDADE. #EuNaoMereçoSerEstuprada #NinguemMerece #MeuCorpoMinhasRegras