Do céu ao inferno: a “Estrela Decadente” de Thiago Pethit

Estrela cadente é o nome popular de um fenômeno luminoso observado na atmosfera terrestre. Já “Estrela Decadente” é o nome do novo disco de Thiago Pethit que, visto de longe, se parece com aquela outra do céu: um rastro que, se tiver duração apreciável no tempo, pode apresentar também registro de sons.

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O novo disco revela muito sobre o eu-lírico de Pethit

A estrela de Pethit também declina quando a gente menos espera. Ele abandona o folk melódico do primeiro disco “Berlim Texas” e encara uma luz diferente, feita de sombras e de British Rock dos anos 1970.

Na faixa “Dandy Darling” encontramos a teatralidade de David Bowie ao mesmo tempo em que nos tornamos confidentes dos murmúrios melancólicos do eu-lírico de Thiago: “amigo, escute o que digo, só venha comigo se quer se perder por aí”.

A performance dramática de cabaret se estende desde a primeira música “Pas de Deux” até a última faixa “Surabaya Jhonny”, com participação de Cida Moreira. Tinha tudo para ser um disco para dançar, mas também é um disco para chorar, quando ouvimos “Perto do Fim” em que ele e Mallu Magalhães, sem piedade, anunciam: “Sempre partir, nunca ficar”.

Faz lembrar Lou Reed e Velvet Underground quando as divagações filosóficas iam de encontro com uma decadência consciente, como na faixa mais down do disco “Devil In Me”. Partindo do ponto que algumas Bíblias consideram “Lúcifer” como “estrela da manhã” entendemos o recado da última frase: “Eu vendi minha alma pra saber que o diabo sou eu”.

Por mais que ele suplique na faixa homônima do disco “Deixe-me só, por favor”, não abandonemos Pethit. É preciso lembrar que por mais cadentes e decadentes que as estrelas sejam, elas nunca deixarão de ser radiantes. Você ouve e baixa o disco na íntegra no site oficial do músico.

Abaixo, você confere o clipe “Pas de Deux”