Bicicletas, cataventos, ratos e arte tomam conta do centro de São Paulo

Instalações do artista Eduardo Srur querem atrair olhares da população que já não repara tanto na significativa região

A Estação Julio Prestes vai receber as bicicletas, que criam um cenário lúdico para quem chega de trem

Quem passa pelas ruas do centro de São Paulo pode encontrar uma variedade de cenas e objetos inusitados. Convergência de rotas, o movimentado local pode abrigar qualquer tipo de manifestação, inclusive intervenções artísticas com bicicletas, cataventos e até mesmo um farol feito de ratos.

Isso por que, a partir do dia 15 de abril, três intervenções farão parte da paisagem central. Criada pelo artista Eduardo Srur, as obras serão colocadas em pontos movimentados do centro com o objetivo de provocar uma reflexão no espectador sobre a forma como os espaços públicos e históricos são usados na cidade.

Nos fundos do Complexo Cultural Luz – onde funcionou a primeira estação ferroviária da cidade – estarão os Cataventos, oito esculturas gigantes que se movimentam de acordo com a direção do vento. Já na área interna da Estação Julio Prestes, 60 Bicicletas ficarão suspensas por cabos de aço.

Os cataventos representam o quixotesco em uma área marcada por vilões reais, como o crack

Já no vale do Anhangabaú estará O Farol, estrutura de 8 metros de altura que remete ao farol de sinalização marítima. O objeto estará coberto por 15 mil ratos de borracha e romperá o piso do local. O artista explica que a intenção é apontar para o submundo da metrópole e expor uma realidade que está sempre escondida. A ideia surgiu quando Strur descobriu que São Paulo tem uma das maiores populações de ratos do planeta, com uma média de quase 15 por habitante.

A exposição vai durar até o dia 30 de maio e se chamará “Sonhos e Pesadelo”. Segundo o artista, o título busca revelar um universo onírico. “A cidade é um campo de energia que pode transformar o seu melhor sonho ou o seu pior pesadelo em realidade”, explica. “As intervenções ajudam a potencializar a imaginação de seus habitantes e a despertar este universo lúdico em locais densos, como o centro de São Paulo”, conclui Srur.

A obra mais polêmica é um farol coberto por ratos de borracha, que irrompe do piso chamando a atenção para o submundo

Por Redação