Rota cruza antigos casarões e engenhos na Paraíba

O site Viagem em Pauta percorreu o Brejo Paraibano e selecionou alguns dos engenhos que não podem ficar de fora do roteiro

Por: Redação

Muito além dos roteiros de praias e outras velhas imagens litorâneas da Paraíba existe um caminho a ser trilhado pelos amantes da cachaça.

Conhecida como “Caminho dos Engenhos”, esta rota cruza antigos casarões e engenhos de cana-de-açúcar da região do Brejo Paraibano, microrregião do agreste da Paraíba formada por cidades minúsculas como Areia, Bananeiras, Pilões, Serraria e Alagoa Grande.

Localizada a 120 km de João Pessoa, a região abre suas janelas coloniais para as serras, cujo inverno tem (improváveis) temperaturas que beiram os 13ºC, e escancara as portas de seus engenhos centenários para visitantes que queiram conhecer a produção de cachaça e rapadura artesanal.

O site Viagem em Pauta percorreu o Brejo Paraibano e selecionou alguns dos engenhos que não podem ficar de fora do roteiro.

E por falar em cachaça, existe uma diferença entre cachaça e aguardente. A primeira é uma aguardente de cana-de-açúcar que deve ter, obrigatoriamente, teor alcoólico que varia entre 38% a 48%, e é produzida com o mosto fermentado do caldo da cana. Já a aguardente pode ser feita com qualquer cereal ou fruta e com teor alcoólico superior a 48%. Isto significa dizer que um destilado feito de caju, por exemplo, é uma aguardente de caju (e não uma cachaça).

Engenho Lagoa Verde (cachaça ‘Volúpia’) 

Sala de armazenamento de cachaça do engenho Lagoa Verde, responsável pela ‘Volúpia’

Este engenho localizado na área rural de Alagoa Grande foi o nosso preferido durante todo o roteiro pelo Brejo Paraibano, não só pela gastronomia caprichada à base de cachaça do restaurante Banguê, mas pela qualidade da bebida preparada no local com cinco anos de envelhecimento em barris de carvalho e de freijó.

Premiada diversas vezes pelas revistas Playboy e Veja, a cachaça possui 42% de teor alcoólico e sabor discreto que não causa o famoso ardor na boca ao ser ingerida.
Onde: www.cachacavolupia.com.br

Engenho Goiamunduba (aguardente ‘Rainha’)

Sala de engarrafamento do engenho Goiamunduba, produtor da aguardente Rainha, em Bananeiras (PB)

Sob os cuidados da quarta geração da mesma família, este engenho de 1877 produz uma das mais famosas aguardentes brasileiras. De sabor acentuado e 50% de teor alcoólico, a bebida é armazenada em barris de madeira de freijó.
Onde: Zona rural de Bananeiras. Tel.: (83) 9840-2954.

Engenho Martiniano (cachaça ‘Cobiçada’)

Interior da loja do engenho Martiniano, produtor da ‘Cobiçada’, em Serraria

Localizado em Serraria, em uma área de 318 hectares, este engenho de 1892 é responsável por esta cachaça de 40% de teor alcoólico produzida em alambique e armazenada em barris de umburana. Durante a visita guiada é possível conhecer a área de produção da bebida, de onde saem 100 mil litros anuais.
Onde: Rodovia PB 85, km 2 – Serraria/Brejo Paraibano. Tel.: (83) 9941-5649 / 9670-2886.

Engenho Olho d’água (cachaça ‘Olho d’água’)

Detalhe das rapaduras “quadradinhos” do engenho Olho d’água, em Pilões

Este engenho já não produz cachaça como antigamente (a produção atual é apenas para consumo próprio), mas de suas instalações antigas ainda são produzidas rapaduras e açúcar mascavo de maneira artesanal, cujo processo pode ser acompanhado pelos visitantes. Destaque para as versões temperadas com cravo, canela e erva doce.
Onde: Estrada PB 87, km 37. Tel. (83) 9664-0545 / 9306-3306. Reservas devem ser feitas com pelo menos dois dias de antecedência.

Engenho Triunfo (cachaça Triunfo)

Tour guiado pelo interior do engenho Triunfo

Embora não seja um engenho tradicional, este estabelecimento de Areia é uma das opções de engenho com melhor estrutura em todo o roteiro da cachaça do Brejo Paraibano. A cachaça de até 48% de teor alcoólico e produção de 250 mil garrafas mensais repousa em madeira de carvalho durante três meses.
Onde: Zona rural de Areia. Tel.: (83) 9931-9861.

Por Eduardo Vessoni, do Viagem em Pauta