O fotógrafo Henri Cartier-Bresson

Por: Redação

A mostra de fotografias do artista francês, com curadoria do editor Robert Delpire, inclui imagens realizadas em 23 países durante mais de 50 anos, entre 1926 e 1979 e está organizada em dois espaços da unidade. No térreo, o coordenador do projeto Eder Chiodetto selecionou 40 imagens que enfatizam o caráter da street photography, caracterizados pelos flagrantes de rua onde o acaso, a poesia dos gestos cotidianos, a geometria se justapõem a uma visão surrealista da vida.

Henri Cartier-Bresson/ Magnum Photos
Créditos: © HENRI CARTIER BRESSON /MAGNUM
Henri Cartier-Bresson/ Magnum Photos

Por meio desta atitude libertária, que Cartier-Bresson adotou a partir do momento que passou a ver o mundo através do visor de sua primeira câmera Leica, o artista desenvolveu uma maneira original de captar e expressar suas impressões sobre o visível, criando uma linguagem que ainda hoje é referência para muitos fotógrafos.
“Tirar fotos é prender a respiração quando todas as faculdades convergem para a realidade fugaz. É organizar rigorosamente as formas visuais percebidas para expressar o seu significado. É pôr numa mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração”. Esta frase define como o fotógrafo percebia a vida através do visor.

No 2º andar, Chiodetto selecionou 93 fotos, das quais a maior parte está agrupada em dois núcleos: “Conflitos” e “Retratos”. No primeiro estão imagens de coberturas fotográficas em eventos históricos como o fim da Segunda Guerra Mundial – durante a qual HCB ficou anos preso num campo de concentração até conseguir fugir – a ascensão do comunismo na China e a morte de Gandhi na Índia, entre outros acontecimentos.

Em “Retratos” o público poderá apreciar registros de personalidades, geralmente realizados quando o fotografado se distraia, como o pintor Matisse, o filósofo Roland Barthes e o escritor Truman Capote, além de outras imagens captadas por ele em viagens pelo mundo.

Para Eder Chiodetto “Cartier-Bresson fotografava com o instinto de um caçador que persegue obstinadamente sua presa, com um faro particular para capturar flagrantes. Sua busca incansável era pelo momento em que o universo em harmonia conspira a favor do artista. Uma fração mínima de tempo em que forma e conteúdo atingem o limite da expressão entre as quatro linhas do retângulo do visor da câmera”.

Mostras Bressonianas

Com curadoria de Eder Chiodetto, essa mostra paralela terá 42 imagens de sete fotógrafos brasileiros que assumem em suas obras a influência de Cartier-Bresson. São eles: Cristiano Mascaro, Carlos Moreira, Juan Esteves e Tuca Vieira de São Paulo, Flávio Damm, do Rio de Janeiro, Orlando Azevedo, de Curitiba e Marcelo Buainain, de Natal.

Por Redação