Para não ter que dizer que o fim é apenas o começo

Após 68 anos de história, no fim de janeiro, serão fechadas as salas de um dos mais antigos cinemas de São Paulo: o Cine Belas Artes. Um lugar que mais do que um mero conjunto de salas de projeção foi responsável pela formação intelectual do paulistano, atuando como verdadeiro Centro Cultural.

Com o fim do Belas Artes, que nasceu das origens do cinema de autor, vai com ele também a sensação de que restam poucos lugares no quais é possível buscar um refúgio para a reflexão. Um cinema destemido, capaz de sobreviver mesmo com apenas um espectador.

O espetáculo se encerra. As cortinas se fecham. O público agradece e é hora de ir. A despedida seria silenciosa se não houvesse uma apuração mais “curiosa” da imprensa. Seria um encerramento sem surpresas. Pessoas passariam pelo lugar, que há mais de seis décadas acolheu de cinéfilos a apenas apreciadores da sétima arte e se espantariam, perguntando: Mas, o que aconteceu!?

Antes que tudo termine, prestaremos uma singela homenagem a todos aqueles que dedicaram seu tempo a cuidar, trabalhar e fazer do Belas Artes seu refúgio. Algumas pessoas fizeram, dali, sua vida por obrigação, ou não.

Essa é a maneira que o Catraca Livre encontrou de homenagear este parceiro tão importante para São Paulo. Portanto, durante todos os dias de janeiro, até o seu fechamento (previsto para o dia 27 deste mês) colocaremos no site histórias de funcionários a espectadores. Pelo menos, dessa maneira, entendemos que a história não se acaba com o apagar das luzes.

Se quiser fazer sugestões de personagens que devem ser entrevistados para contar sua história com o cinema nos mande um email para catracalivre@catracalivre.com.br