‘A Rainha do Rádio’ discute limites impostos às mulheres

Solo de Mari Feil narra história de uma radialista que foi demitida e invade o estúdio para transmitir seu último programa

Até 30 de agosto de 2019

Sexta

Às sextas-feiras, às 21h

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

Premiado no 13º Festival de Teatro Mar Del Plata na Argentina,  “A Rainha do Rádio”, solo da atriz Mari Feil, ganha uma temporada no Teatro Raposo – Sala Irene Ravache, entre 9 e 30 de agosto. As apresentações acontecem apenas às sextas-feiras, às 21h, com ingressos por até R$50.

O espetáculo “A Rainha do Rádio” foi escrito por José Saffioti Filho e censurado na Ditadura Militar
Créditos: Gil Guzzo
O espetáculo “A Rainha do Rádio” foi escrito por José Saffioti Filho e censurado na Ditadura Militar

Escrita em 1976, por José Saffioti Filho, a peça teve diversas montagens no Brasil e no exterior. Sua primeira montagem tinha atuação de Cleyde Yáconis e direção de Antonio Abujamura, e teve sua parte política censurada na época.

Ambientada em 1974, em plena ditadura militar brasileira, tempo de repressão aos meios de comunicação e às manifestações artísticas, a peça conta sobre a radialista Adelaide Fontana, que comandava o programa “Suspiros ao meio-dia” e foi demitida após 25 anos de casa.

Ela resolve invadir e trancar o estúdio da Rádio Esperança para fazer um programa especial, no qual revela aos ouvintes, com humor e ironia, os reais motivos de sua saída: os baixos índices de audiência.

Nesse programava, veiculado à meia-noite, em contraponto com o horário anterior, Adelaide fala como bem entende sobre as alegrias e mazelas da sua vida, além de desafiar os poderosos da cidade, contando seus “podres” e apontando a hipocrisia que a cercava de forma irônica e divertida.

O espetáculo, dirigido por Gil Guzzo, discute os limites impostos às mulheres, principalmente às que ousavam desafiar o autoritarismo da época.