Acervo ZUMVÍ reúne fotos históricas do movimento negro

Arquivo afro-fotográfico ganha site e exposição virtual “Memórias de Resistências Negras”. Saiba tudo!

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Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

As lutas do movimento negro, o cotidiano de afrodescendentes e a busca pela representatividade foram registradas ao longo dos últimos 30 anos pelo projeto “ZUMVÍ – Arquivo Afro Fotográfico”, que acaba de ganhar um site e a exposição virtual permanente “Memórias de Resistências Negras”.

Registro de manifestação contra genocídio no Afoxé Korin Efan em 2019
Créditos: Lázaro Roberto/ Acervo ZUMVÍ
Registro de manifestação contra genocídio no Afoxé Korin Efan em 2019

O acervo foi criado em 1990 pelos fotógrafos Lázaro Roberto, Ademar Marques e Raimundo Monteiro, moradores das periferias de Salvador, que passaram a fazer esse trabalho de fotojornalismo diariamente, registrando atividades culturais e políticas sob o lema “fotografar hoje para o futuro”.

De lá para cá, muitas pessoas contribuíram com a iniciativa. O poeta militante Jonatas Conceição da Silva, por exemplo, doou todo o seu acervo, composto por 1.619 fotogramas em P&B e colorido, um pouco antes de morrer.

Registro de Nelson Mandela discursando para milhares de pessoas na Praça Castro Alves em 1991
Créditos: Jonatas Conceição da Silva/ Acervo ZUMVÍ
Registro de Nelson Mandela discursando para milhares de pessoas na Praça Castro Alves em 1991

Já o fotógrafo Rogério Conceição doa seus registros fotográficos desde 2016. São imagens de eventos do movimento negro nos anos 80 e 90.

Mas não é só isso! Em 2020, o Acervo Zumví recebeu inúmeros arquivos relacionados ao audiovisual e ao cinema negro. Tem de tudo: documentos, fotografias, cartazes, cadernetas, jornais, impressos e muito mais!

Para celebrar tantos anos de luta, a exposição online “Memórias de Resistências Negras” reúne 55 imagens divididas em oito importantes temas: “Militantes Falecidos do MNU”, “Nelson Mandela na Bahia”, “Política de Ações Afirmativas”, “Grupo de Mulheres MNU”, “Manifestação Contra Intolerância”, “Quilombo Rio das Rãs”, “Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro” e “Três Grandes Pautas”.

Registro da caminhada pelo Dia Internacional das Mulheres em 1990
Créditos: Jonatas Conceição da Silva/ Acervo ZUMVÍ
Registro da caminhada pelo Dia Internacional das Mulheres em 1990

E, para ampliar o conhecimento do público sobre essas questões, cada “setor” da mostra é acompanhado por um áudio explicativo. Demais, não?

Trata-se de uma revisitação à exposição homônima que ocorreu em Salvador em 2018. A curadoria é de Tina Melo, que buscou enaltecer o protagonismo negro ao longo da história.

Quem visitar o site também encontra um catálogo virtual. O intuito é democratizar o acesso ao acervo para todas as pessoas interessadas em fotografia e na trajetória de fotógrafos negros.

Para os interessados em adquirir fotografias do acervo, o site disponibiliza um canal de comunicação. Os negativos são digitalizados aos poucos, por isso esteja sempre atente as novidades. Para acompanhar tudo, além de acessar o site, confira o Instagram @zumviarquivofotografico, o Facebook @ZumviArquivo e o YouTube do projeto.

O nome “Zumví” faz referência à duas expressões: o “zum” da lente e o “vi” do olho. A ideia do projeto é trazer para perto uma realidade que está distante. Quem coordena o projeto atualmente é o próprio Lázaro Roberto, com produção executiva do historiador José Carlos Ferreira.

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