Arraial do Cabo: águas do Caribe no quintal de casa

Por: Gabriela Rassy

Poucos lugares exemplificam tão bem o meu nível de expectativa x realidade como Arraial do Cabo. Que as águas são maravilhosas e cristalinas eu ouvi falar, mas que tinha até trânsito humano para sair da praia também. Só esse segundo fator já era digno da minha desistência, mas depois de um feriado de quatro dias por lá devo dizer: vale cada segundo. Tem a cara da riqueza, mas é mega popular e acessível.

A viagem foi em um feriadão prolongado, o que já atrai muito mais gente do que o normal, mas ainda assim, o lugar me surpreendeu positivamente. Apesar de muita gente – MESMO – a cor do mar segue surreal e tem como ficar em lugares mais afastados para curtir o lugar. Do Rio são 2 horas de viagem bem leves. Dá para ir num fim de semana bem normalzinho e ser feliz. De São Paulo já levam 8 horas, então requer uma folguinha para curtir legal. Os ônibus saem em vários horários e param ou em Cabo Frio, ou em Arraial diretamente. Se descer em Cabo Frio, um ônibus local de R$ 5,60 te deixa lá bem lindo.

Não se enganem pelas orientações locais. A cidade é minúscula e rodeada por praias incríveis. Nada é longe como pintam. É possível fazer o passeio clássico três das praias mais indas da região: Praia do Forno, Pontal do Atalaia e Ilha do Forte. Cada uma com sua magia, são parada obrigatória – até por isso são as mais cheias. Forno é incrível, mas é a menor, então acorde cedo para pegar seu lugar ao sol.

Como minha busca é por lugares mais vazios, deixo duas dicas que me fizeram muito feliz: Praia do Foguete e Praia Brava. Uma não tem nada a ver com a outra, então vamos aos detalhes. A Praia do Foguete é enorme. Começa na Praia do Pontal e vai atéééé a Praia do Forte, que já é Cabo Frio. O mesmo ônibus local te deixa por lá, mas negociamos um táxi pelo mesmo valor. Mar lindo, bastante espaço e pouca gente. Nas pontas têm quiosques com petiscos e cerveja. Na minha visão, o melhor lugar para se hospedar, inclusive.

Agora atenção. Minha outra predileta é a Praia Brava. eu faço trilha, me exercito e sou razoavelmente sem noção quando se fala em explorar. Não aconselho pessoas desavisadas, sozinhas, com dificuldade de mobilidade ou medo de caminhar em pedras que façam esse passeio sem ajuda. Não mesmo. Sério. A vista é MARAVILHOSA. Dá para ir até lá e só curtir essa parte que já vale – e não se engane pelos taxistas, tem duas subidas, mas leva 30 minutos a pé até a escadaria inicial.

Depois da escadaria, começa a parte da caminhada nas pedras. Vimos umas pessoas voltamos e seguimos o mesmo caminho até chegar a uma minipraia lindíssima. Fique atento também à maré. Fica quase sem areia na cheia e a água é MUITO FRIA. Depois de nos perdemos um pouco, achamos o caminho. Mas daí vem meu lembrete: vá com alguám que conhece o lugar. Não me vá cair de lá e acabar com o fim de semana de bobeira.

Tirando a beleza natural, o preço da comida em padarias e mercados é bem razoável, em especial para quem vem das capitais. Dos restaurantes, o Bacalhau do Tuga é o mais indicado, mas também o que tem o precinho mais salgado. Vai pedir um drink? Veja a pessoa preparando – não me vai pedir um copão de R$ 20 rodopiando na praia que é de suco pronto. E algumas barracas vão na mesma. Se ligue para não tomar “fruta líquida” como o próprio hominho me falou. No mais, se jogue que é sucesso!

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