Casa das Rosas expõe poesias visuais de Philadelpho Menezes
A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura realiza de 30 de maio a 31 de agosto uma homenagem ao poeta Philadelpho Menezes com a exposição “Goma de Mascarar Sabor Mental”. A entrada é Catraca Livre.
A curadora da exposição Ana Aly, artista plástica e viúva de Philadelpho Menezes, destaca a importância de sua obra na qual apresentará uma reunião das poesias visuais, livros-objeto, poemas sonoros e hiper-mídia, das quais ela foi em muitos momentos a arte-finalista. A exposição é uma boa oportunidade para muitas pessoas recordarem e outras conhecerem a obra e a figura de Philadelpho Menezes, que faleceu no ano 2000.
Philadelpho Menezes foi poeta, ensaísta, tradutor, editor, teórico e promotor de eventos nacionais e internacionais que reuniu poetas abrindo espaço para difundir os novos gêneros e rumos da poesia contemporânea mundial. Menezes também organizou no Centro Cultural São Paulo as mostras Poesia Intersignos (1985) e a 1ª Mostra Internacional de Poesia Visual (1988) em São Paulo.
O poeta também era formado em Direito pela USP e professor, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica na PUC/SP. Incansável pesquisador, Menezes trafegou pela vanguarda do movimento poético experimental brasileiro e europeu, tanto visual como sonoro, além de ser autor de uma respeitada obra crítica. Seu conceito de “poesia intersignos” colocou em novos termos a relação entre imagem, som e gesto, suscitando novas discussões sobre o universo da poesia experimental.
Menezes também foi pioneiro na criação e divulgação da poesia sonora no Brasil. No ano de 1990, por conta da pesquisa para sua tese de doutorado, manteve contato com intelectuais como Umberto Eco, Henri Chopin e Eugen Gomringer, além de artistas europeus mais jovens dedicados a experimentos nessa modalidade de composição. Segundo Ana Aly “Philadelpho foi um criador para quem a reflexão teórica sempre foi um complemento imprescindível à produção artística”.