Cia Mungunzá celebra 10 anos com mostra de teatro no centrão

Grupo reencena o sucesso ‘Luis Antonio - Gabriela’ e outras quatro peças, todas com entrada “pague quanto puder”

Até 11 de dezembro de 2018

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Atenção, fãs de teatro! Vocês têm como tarefa obrigatória conhecer o trabalho da Cia Mungunzá, que comemora seu aniversário de 10 anos em 2018. Para festejar essa data, o grupo realiza uma mostra com seus cinco trabalhos no Teatro de Contêiner, no centro de SP, entre 16 de outubro e 10 de dezembro. Os ingressos são vendidos no esquema “pague o quanto puder”.

“Luis Antonio – Gabriela”, sobre a transformação do irmão do diretor Nelson Baskerville, tem pela primeira vez uma atriz trans no papel principal
Créditos: Bob Sousa - divulgação
“Luis Antonio – Gabriela”, sobre a transformação do irmão do diretor Nelson Baskerville, tem pela primeira vez uma atriz trans no papel principal

Espetáculos para adultos

Um dos destaques da mostra é o icônico “Luis Antonio – Gabriela”, que, pela primeira vez, terá no elenco uma atriz trans, Fabia Mirassos, no papel principal. Montado em 2011, o espetáculo já teve mais de 400 apresentações e foi visto por cerca de 40 mil espectadores. A temporada acontece de 16 a 26 de novembro, às sextas, às 21h; e aos sábados, domingos e segundas, às 20h.

O documentário cênico narra a história de Luis Antonio, irmão mais velho do próprio diretor Nelson Baskerville. Nos anos de 1960, ele desafiou as regras de sua família conservadora e partiu para a Espanha para poder se transformar na travesti Gabriela. Essa mudança é abordada por diferentes pontos de vista, como o do irmão caçula, que foi abusado sexualmente pelo mais velho; da irmã que viaja em busca do corpo de Gabriela na Europa; do pai que não reconhecia o filho travesti; e dos amigos e colegas de trabalho, que vêm a protagonista ora com estranhamento, ora com admiração.

Com direção de Georgette Fadel, “Epidemia Prata” é o trabalho mais recente da Cia. Mungunzá
Créditos: Letícia Godoy - divulgação
Com direção de Georgette Fadel, “Epidemia Prata” é o trabalho mais recente da Cia. Mungunzá

Já o trabalho mais recente da trupe, “Epidemia Prata” (2018), com direção de Georgette Fadel, tem sessões de terça a sexta, às 20h, entre 16 e 26 de outubro. A montagem costura duas linhas narrativas: a visão pessoal dos atores sobre os personagens reais que conheceram no Teatro de Contêiner e o mito da medusa, que transforma pessoas em estátuas. A encenação trata do endurecimento do ser humano e o fim da sutileza e da comunicação.

“Poema Suspenso Para Uma Cidade em Queda” é encenada em andaime com 5 metros de altura
Créditos: divulgação
“Poema Suspenso Para Uma Cidade em Queda” é encenada em andaime com 5 metros de altura

Encenada em um andaime com quatro torres, “Poema Suspenso para uma Cidade em Quedas” (2015), com direção de Luiz Fernando Marques, tem temporada entre 2 e 12 de novembro, com sessões de sexta a segunda, às 20h. A peça é uma fábula sobre a sensação contemporânea de suspensão e paralisia geral. O público acompanha a história dos moradores de um edifício que tiveram suas vidas estagnadas depois que uma pessoa se jogou do topo do prédio e seu corpo nunca chegou ao chão.

Criado em 2008, “Porque a Criança Cozinha na Polenta”, dirigido por Baskerville, foi o primeiro trabalho da trupe. A peça tem sessões de 30 de novembro a 10 de dezembro, de sexta a segunda, às 20h. Inspirada na obra da escritora romena Aglaja Veteranyi, a montagem conta a história de uma menina romena cujos pais são artistas circenses exilados de seu país. A mãe se pendura em um trapézio pelos cabelos e o pai é um palhaço que não acredita em Deus. Ao lado da irmã mais velha, a protagonista assiste ao despedaçamento de todos os seus ideais.

Peça para crianças

O espetáculo infanto-juvenil “Era uma Era” (2015), com direção de Verônica Gentilin, conta as desventuras de um rei que tenta a qualquer custo fazer parte da História e, para isso, registra absolutamente tudo o que faz em um livro. Certo dia, esse documento é destruído em um incêndio e os habitantes daquele lugar precisam recomeçar sua vida do zero.

A peça, que também é encenada em um andaime com cinco metros de altura, trata das questões da memória e da tecnologia. As apresentações acontecem de 3 a 11 de novembro, aos sábados e domingos, às 16h.

Teatro de Contêiner

Montado em um terreno que estava abandonado na Luz, o Teatro de Contêiner é a sede da Cia. Mungunzá de Teatro. O espaço, construído com 11 contêineres marítimos encaixados, foi vencedor do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e indicado aos prêmios Shell, Governador do Estado de São Paulo e Aplauso Brasil pelo seu projeto arquitetônico, urbanístico e cultural inovador.

Desde que foi inaugurado, em março de 2017, o centro cultural já recebeu um público de cerca de 60 mil pessoas, 64 espetáculos de teatro adulto, 11 peças infantis, além de shows musicais, oficinas, dança, debates, festas, lançamentos de livros e outras atividades culturais.