Cine Bijou: icônico cinema da Praça Roosevelt reabre após 26 anos

Administrado pelo grupo Os Satyros, o espaço foi nomeado de Sala Patrícia Pillar e recebe uma programação com destaque para o cinema independente!

Reduto do cinema cult e de arte em SP, o icônico Cine Bijou ficou fechado por 26 anos e agora ganha nova vida na Praça Roosevelt, graças ao grupo de teatro Os Satyros, que reformou o espaço e promete manter por lá uma programação plural, com foco em cinema independente (divulgada aqui).

A nova sala foi batizada de Patricia Pillar e reabre no aniversário de 468 anos de São Paulo. E outra boa notícia é que uma intensa programação vai rolar gratuitamente por lá até o dia 6 de fevereiro! Basta retirar ingresso uma hora antes de cada sessão.

Cine Bijou – Sala Patricia Pillar abre após 26 anos
Créditos: André Stefano - divulgação - JS Pontes Comunicação
Cine Bijou – Sala Patricia Pillar abre após 26 anos

#VivaACidadeNaResponsa: ao comparecer aos eventos, não se esqueça de levar o seu passaporte de vacinação. Sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? 💚


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Um pouquinho de história

O Cine Bijou funcionou entre 1962 e 1996 e é considerado um símbolo de resistência artística durante a ditadura militar, pois projetou em sua tela filmes polêmicos e censurados na época. Além disso, a sala deu espaço para importantes movimentos do cinema nacional, como o Cinema Marginal e o Cinema Novo, além de ter exibido filmes alternativos e experimentais.

Durante esse período, quando as pessoas queriam ver um filminho mais cult, logo procuravam a sala da Praça Roosevelt, que já exibiu obras de grandes cineastas, como Stanley Kubrick, Luis Buñuel, Ingmar Bergman, Glauber Rocha, Jean-Luc Godard, François Truffaut e Neville de Almeida, sem contar inúmeras produções russas e japonesas que raramente chegavam ao circuito brasileiro.

Quando fechou as portas nos anos 90, o imóvel passou a ser ocupado por um grupo de teatro, que permaneceu no local até 2019. E, quando o endereço ficou vago novamente, Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, fundadores d’Os Satyros, se empenharam na missão de devolver o cinema de rua à cidade.

A custosa revitalização da sala só foi possível graças aos recursos próprios dos artistas e à ajuda de personalidades – como Patricia Pillar, Maria Bonomi, Walcyr Carrasco, Maria Helena Peres, Carlos Giannazi e Celso Giannazi – e de pessoas anônimas (de forma direta ou via financiamento coletivo).

O Novo Cine Bijou

Com 77 lugares, a Sala Patrícia Pillar ainda preserva a arquitetura original. O espaço também conta com um pequeno palco diante da tela, que será usado para eventos de diversas linguagens. As poltronas vermelhas, com detalhes em costura, foram restauradas e os detalhes em gesso das paredes e do teto também foram mantidos.

Além disso, a editora teatral Giostri manterá um café/bar no hall do espaço e uma pequena livraria voltada para obras de cinema.

Depois desse período de inauguração, o Cine Bijou terá sessões gratuitas ou a preços populares, com direito à exibição de curtas, médias e longas-metragens. O espaço ainda deve receber debates e apresentações teatrais e musicais.

Projetos especiais também integrarão a programação. Entre eles, estão “O Filme da Minha Vida”, em que as pessoas poderão convidar amigos para assistir a filmes que marcaram a vida delas; e “No Escuro”, com títulos surpresa.

Ainda vão rolar debates temáticos após a exibição dos filmes no projeto “Cinema Falado”, que deve acontecer sempre às quintas-feiras.

Abertura da Sala Patricia Pillar

Para a semana de inauguração do Cine Bijou, a Cia. Os Satyros preparou uma programação intensa entre 25 e 30 de janeiro. A cerimônia de abertura, no dia 25, a partir das 20h, exibe o drama “Zuzu Angel” (2006), de Sérgio Rezende, estrelado por Patricia Pillar.

Ao longo da semana também vão rolar sessões de outros filmões nacionais, como “Coração Pela Boca” (2015), de Bruno Autran; “30 Anos Blues” (2021), de Andradina Azevedo e Dida Andrade; “Hipóteses Para o Amor e a Verdade” (2015), de Rodolfo García Vázquez; “Um Céu de Estrelas” (1995), de Tata Amaral; e “Bicho de Sete Cabeças” (2000), de Laís Bodanzky.

E, em fevereiro, são projetados por lá os filmes vencedores do Festival Satyricine Bijou, que aconteceu em 2021 em formato digital.

Legal, né? Confira aqui a programação completa da abertura do Cine Bijou – Sala Patrícia Pillar

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