Cinema ao ar livre: Tomie Ohtake exibe curtas de diretoras negras

Mostra grátis 'Mulheres Negras, Signo Plural' integra programação da exposição ‘Histórias Afro-Atlânticas’, sobre os fluxos e refluxos da escravidão

Até 26 de agosto de 2018

Domingo - Sexta - Sábado

Às 20h. Em caso de chuva a atividade será suspensa.

Grátis

Para valorizar o protagonismo das mulheres negras na sétima arte, o Instituto Tomie Ohtake recebe neste final de semana, de 24 a 26 de agosto, uma mostra grátis de cinema ao ar livre com curtas-metragens realizados por elas, exibidos a partir das 20h. A exibição faz parte da programação paralela à exposição “Histórias Afro-Atlânticas”, sobre as consequências da escravidão dos povos africanos, que está em cartaz nesse espaço até 21 de outubro. A entrada é grátis para ambas as atrações.

Com curadoria de Heitor Augusto, a mostra “Mulheres Negras, Signo Plural” projeta nove curtas-metragens que participaram e tiveram destaque em festivais nacionais de cinema nos últimos três anos.

Na sexta-feira, são exibidas produções que mostram a relação dos negros com a cidade de São Paulo sob diferentes aspectos.  São elas “Sample”, de Ana Júlia Tavares; “Peripatético”, de Jéssica Queiróz; e “Experimentando o vermelho em dilúvio”, de Michelle Mattiuzzi.

O programa do sábado reúne títulos em que a voz ou a imagem se tornam elementos de comunicação com espaços simbólicos inacessíveis. São eles: “Casca de Baobá”, de Mariana Luzia; “Travessia”, de Safira Moreira; e “Nome de Batismo: Alice”, Tila Chitunda.

Já no domingo, a mostra exibe curtas em que o signo mulher se manifesta com pluralidade. São eles “Monga, retrato de café”, de Everlane Moraes; “Maria”, de Elen Linth e Riane Nascimento; e “A boneca e o silêncio”, de Carol Rodrigues.

  • Sexta-feira, 24 de agosto

“Sample”, de Ana Julia Travia
Classificação: 12 anos. Duração: 15 minutos

Sinopse: Juliana é uma atendente de telemarketing que é convidada pelas amigas para uma festa. Jorge, um jovem negro, sozinho, caminha, à deriva na cidade, procurando o que fazer para se divertir. Suas vozes se confundem com memórias, testemunhos e pensamentos sobre eles e sobre a cidade de São Paulo.

“Peripatético”, de Jéssica Queiroz
Classificação: 12 anos. Duração: 15 minutos

Sinopse: Simone, Thiana e Michel são três jovens moradores da periferia de São Paulo. Simone está à procura do seu primeiro emprego, Thiana tenta passar no concorrido vestibular de medicina e Michel ainda não sabe o que fazer. Em meio às demandas do início da fase adulta, um acontecimento histórico em maio de 2006 na cidade de São Paulo muda o rumo de suas vidas para sempre.

“Experimentando o vermelho em dilúvio”, de Michelle Mattiuzzi
Classificação: 12 anos. Duração: 8 minutos

Sinopse: O filme surge a partir de uma ação performativa, realizada no Rio de Janeiro em 2016. A rota de caminhada ritual para a Estátua de Zumbi dos Palmares é o fio da narrativa do trabalho. O filme dialoga com a pesquisa de Grada Kilomba sobre a política do discurso negro na economia das plantações.

  • Sábado, 25 de agosto

Casca de Baobá, de Mariana Luiza
Classificação: livre. Duração: 11 minutos

Sinopse: Uma jovem negra nascida em um quilombo no interior do estado é cotista na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua mãe leva a vida cortando cana nas proximidades do quilombo. As duas trocam mensagens para matar a saudade e refletir sobre o fim de uma era social e econômica.

“Travessia”, de Safira Moreira (5’)
Classificação: livre. Duração: 5 minutos

Sinopse: Utilizando uma linguagem poética, Travessia parte da busca pela memória fotográfica das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa diante da quase
ausência e da estigmatização da representação do negro.

“Nome de Batismo – Alice”, de Tila Chitunda (25’)
Classificação: livre. Duração: 25 minutos

Sinopse: Em 1975, a declaração da independência de Angola iniciou uma longa Guerra Civil que matou e expulsou vários angolanos de suas terras. Quarenta anos depois, Alice, a única filha brasileira de uma família angolana que encontrou refúgio no Brasil, decide ir pela primeira vez a Angola, atrás das histórias que motivaram seus pais a lhe batizarem com esse nome.

  • Domingo, 26 de agosto

Monga, retrato de café, direção de Everlane Moraes (14’)
Classificação: 12 anos. Duração: 14 minutos

Sinopse: Todas as manhãs sob o sol, na Sierra Maestra de Cuba, Monga prepara a terra para plantar café, o grão do qual uma bebida é preparada, tão preta quanto seu passado. Monga canta em patuá, como um bálsamo para suas lembranças dolorosas da infância. Desde criança ela passava os dias no campo, ajudando a mãe a criar o resto de seus irmãos. O trabalho nas plantações de café herdou de seu pai, um haitiano assassinado por ser mensageiro dos rebeldes, para ajudar no triunfo da Revolução.

“Maria”, de Elen Linth
Classificação: 12 anos. Duração: 17 minutos
Sinopse: Nascida aos 16, em uma cidade ensanguentada por corpos de peito e pau.

“A boneca e o silêncio”, de Carol Rodrigues (19’)
Classificação: 16 anos. Duração: 19 minutos
Sinopse: A solidão de Marcela, uma menina de 14 anos, que decide interromper uma gravidez indesejada.