Curtas, médias e longas-metragens integram mostra no Itaú Cultural
Entre os dias 7 e 9 de novembro, o Itaú Cultural promove a mostra “Rumos Cinema e Vídeo: Uma Retrospectiva”, com obras selecionadas de todas as edições anteriores do projeto, que visa fomentar a importância poética e inventiva da linguagem audiovisual. A programação conta com 24 produções nacionais, que se dividem em sete temas, além de uma oficina sobre roteiro e narrativa ficcional. A entrada é Catraca Livre.
Para abrir a mostra, o tema escolhido pelo Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural é “Em Primeira Pessoa”, com os documentários “Glauces – O Estudo de um Rosto”, de Joel Pizzini, que narra os principais registros da carreira no cinema e no teatro de Glauce Rocha (1930-1971), uma das mais importantes atrizes brasileiras, e “Tom Zé ou quem irá colocar uma dinamite na cabeça do século?”, de Carla Gallo, que apresenta um retrato estético do cantor.
No tema “Entre Linhas” são exibidos quatro curtas-metragens, em que o olhar subjetivo e formal do diretor é determinante na construção narrativa. A programação segue com mais quatro temas, compostos por curtas, média e longas-metragens, além, claro, da oficina ministrada pelo diretor, roteirista e produtor Leandro HBL e pelo cineasta, editor e roteirista Lucas Camargo de Barros.
Confira abaixo a programação:
Dia 7
Em Primeira Pessoa
Às 16h
Dois filmes se destacaram como biografias audiovisuais. A partir a uma abordagem subjetiva, os diretores traçam um perfil intimista e antológico de duas importantes personalidades da área cultural: o a atriz Glauces Rocha e o músico Tom Zé.
– “Glauces, o estudo de um rosto”, de Joel Pizzini
30 min, 2001
Documentário sobre Glauce Rocha (1930-1971), uma das mais importantes atrizes brasileiras, com os principais registros de sua carreira no cinema e no teatro.
– “Tom Zé ou quem irá colocar uma dinamite na cabeça do século?”, de Carla Gallo
50 min, 1999.
Retrato estético do cantor e compositor Tom Zé.
Em Nome do Outro
Às 18h
A busca do personagem e as nuanças narrativas dos filmes são características de destaque desta seleção de documentário. Neles, o olhar que descobre e redescobre o outro é determinante na construção de histórias pessoais e únicas.
– “Garota Zona Sul”, de Luciano e Paiva Mello
30 min, 2007
Revela as diferentes realidades de duas garotas da mesma idade, mas de classes sociais distintas. Uma é carioca, mora com os pais numa casa confortável de classe média, no Leblon. A outra mora com a mãe e mais 9 pessoas numa casa simples no bairro do Capão Redondo, periferia de São Paulo. Os cineastas se enveredam por uma viagem e um devaneio pelo sertão brasileiro.
– “A pessoa é para o que nasce”, de Roberto Berliner
50 min, 1998.
Documentário sobre três irmãs cegas cantadoras dos Cariris Velhos, na Paraíba.
Entre Linhas
Às 20h
Um dos principais focos do Rumos Cinema e Vídeo eram os projetos que propunham experimentações com a linguagem. Valorizando a autoria e originalidade criativa, muitos filmes foram realizados a partir desta proposta, ampliando o repertório audiovisual e estimulando a reflexão crítica por parte do espectador. Nesta seleção destacam-se 4 trabalhos em que este olhar subjetivo e formal do diretor é determinante na construção narrativa dos filmes.
– “Alquimia da Velocidade”, de Arthur Omar
60 min, 2010
Prêmio especial da comissão de seleção, foi uma experiência audiovisual que explorava, através da duração do tempo e da velocidade, os efeitos, texturas e visualidades da imagem. Neste filme, as imagens foram captadas em baixa definição e tiveram seu tempo dilatado até a imobilidade, utilizando-se processos de digitalização.
– “O Voo de Tulugaq”, de André Guerreiro Lopes
9 min, 2010
Uma tarde de outono no Alaska. Corvos surgem entre árvores secas e se lançam ao vento, criando uma enigmática coreografia de formas, atrações, desencontros e mergulhos no vazio.
– “Casa-Construção”, de Katia Maciel
10 min, 2010
Não-diálogos e diálogos de um casal em uma casa em construção
– “O Porto”, de Clarissa Campolina, Julia de Simone, Luiz Pretti e Ricardo Pretti
2013, 21 min
As tensões entre o passado e o presente, entre a tradição e a modernidade no ambiente portuário do Rio de Janeiro
Dia 8
Diários de Busca
Às 16h
Seleção de documentários em que o aspecto investigativo e processual determina os caminhos do filme.
– “33”, de Kiko Goifman
74 min, 2003
Documentário em que o diretor Kiko Goifman procura sua mãe biológica a partir de dicas de detetives de São Paulo e Belo Horizonte.
Às 18h
– “Diário de Sintra”, de Paula Gaitán
54 min, 2007
Este documentário se estrutura a partir de registros pessoais do cotidiano do cineasta Glauber Rocha na cidade portuguesa, onde morou com sua esposa Paula Gaitán e seus dois filhos Eryk Aruac e Ava Patrya Yndia Yracema no ano de 1981, tempos que antecederam sua morte.
– “Procura-se Janaína”, de Miriam Chnaiderman
54 min, 2007
Por meio da busca de Janaína, criança órfã e com necessidades especiais, pretende-se registrar os processos históricos, e a situação atual da criança em situação de abandono, e como se dá, atualmente, o atendimento a psicóticos em São Paulo.
Às 20h
– “Já Visto Jamais Visto”, de Andrea Tonacci
2013, 54 min
Um diálogo entre as memórias de um autor e as imagens que filmou e guardou ao longo de sua atividade cinematográfica – segmentos de vida nunca exibidos, nunca revistos e nunca editados.
Oficina Traduttore, traditore: a extração ficcional do real
Das 14h às 19h
25 vagas
Sala Vermelha
As inscrições devem ser feitas pelo número (11) 2168-1776 ou 2168-17777
Dia 9
Por dentro do Brasil
Às 15h
Fronteiras desconhecidas, regiões e realidade pouco exploradas. Nos traços revelados por estes documentários aquilo que ficou esquecido e do qual pouco se sabe. Imagens e verdades do Brasil profundo.
– “Carrapateira Não Tem Mais Ciúmes Da Apolo 11”, de Fabiano Maciel
29 min, 2004
Em 1969, a cidade de Carrapateira no interior da Paraíba foi considerada uma das mais carentes do Brasil. Naquele mesmo ano a tripulação da Apolo 11 pisava o solo lunar pela primeira vez. Mais de trinta anos depois, o documentário mostra como vive o povo daquela cidade nos dias de hoje e relaciona a conquista da Lua com os sonhos pessoais de progresso e prosperidade no sertão nordestino.
– “Margem”, de Maya Werneck Da-Rin
54 min, 2007
Uma viagem de barco através do Rio Amazanas e da fronteira tríplice entre o Brasil, a Colômbia e o Peru, num espaço marginalizado e quase esquecido de nosso país, o fim ou início do Brasil, lugar de interseção entre diversos povos, culturas, línguas e credos.
– “Eu Vou de Volta”, de Camilo Santos Cavalcante e Claudio Assis
30 min, 2007
Um vídeo sobre a migração nordestina para São Paulo e o regresso à terra de origem.
Às 17h
Esquinas Urbanas
A cidade é tem recorrente do documentário contemporâneo. Nas edições de Rumos Cinema e Vídeo, o urbano é pano de fundo para a reconstrução de um cenário contemporâneo.
– “Na Garupa de Deus”, de Rogério Correa
26 min, 2002
É uma reflexão sobre a vida na grande São Paulo, a partir do perfil das pessoas que tiram da motocicleta sua sobrevivência: os motoboys.
– “Histórias de Morar e Demolições”, de Andre Costa
54 min, 2007
Quatro famílias paulistanas têm suas casas vendidas para um grande incorporador imobiliário e agora serão demolidas.
Às 19h
Antologia de Curtas
Seleção de filmes de curta-metragem que marcaram algumas das edições do programa
– “A Verdadeira História da Bailarina de Vermelho”, de Alessandra Colasanti e Samir Abujamra
17 min, 2010
Documentário ficcional. Dançarina de um dos quadros de Edgar Dégas abandona a tela, ganha o mundo e desaparece no carnaval carioca; mistura de universo acadêmico, arte de vanguarda e submundo do sexo. O filme conta com locações em Paris, NY e RJ.
– “Polivolume: Conexão Livre”, de Claudia Afonso, Gabriel Gutierrez e Pedro Vieira
9 min, 2010
O documentário toma a obra cinética “Polivolume: Conexão Livre”, da artista Mary Vieira, para tratar das relações entre espaço e tempo. O fio condutor é o tempo de percepção da obra de arte no espaço público em contraposição ao tempo de percepção de um objeto na web. A experimentação está na construção de uma narrativa não-linear, poética e não-cronológica da obra e na apropriação da linguagem visual da internet para a construção das imagens.
– “O Som do Tempo”, de Petrus Cariry
9 min, 2010
O sertão está em toda parte, o sertão está dentro da gente. O concreto avança contra dona Maria, mas ela segue em frente, com toda calma do mundo.
– “Trans*lúcidx”, de Tamíris Spinelli
2013, 10 min
Ensaio cinematográfico baseado em autorretratos publicados on-line por indivíduos trans.
– “O Ponto Cego”, de Chico Bahia
2013, 10 min
Gregório é um técnico em sistemas de segurança que deve instalar câmeras nas principais ruas de Paraisópolis, bairro pobre de São Paulo. Em meio ao seu serviço, ele entra em contato com o local onde passou a infância.
– “Boca de Rua – Vozes de Uma Gente Invisível”, de Marcelo Andrighetti
2013, 10 min
A história e o cotidiano da equipe do jornal Boca de Rua, fundado em 2001 por cerca de 30 sem-teto de Porto Alegre. Vendida nas principais vias da capital gaúcha, a publicação trimestral estabeleceu-se como um canal de comunicação entre os moradores de rua e representantes de outras classes sociais.
– “Sinoâncias”, de André N. P. Azevedo e Carol Argamim Gouvêa
2013, 9 min
Documentário sensorial que retrata a musicalidade dos sinos das igrejas de São João del-Rei, Minas Gerais.