Em cartaz no Teatro do Sesi-SP, ‘Tectônicas’ revela a face opressiva do patriarcado

Espetáculo gratuito tem exibição híbrida, podendo ser conferido tanto online quanto presencialmente

Até 05 de dezembro de 2021

Sexta - Sábado - Domingo

Sextas e sábados, às 20h, e no domingo, às 19h.

Com exibição híbrida, podendo ser conferido tanto online quanto presencialmente, o espetáculo “Tectônicas”, de Samir Yazbek, está em cartaz até 5 de dezembro no Teatro do Sesi-SP. Com sessões às sextas e sábados, às 20h, e no domingo, às 19h, a montagem tem entrada Catraca Livre, sendo que os ingressos podem ser reservados aqui.

Para conferir a apresentação online até o dia 20 de dezembro basta clicar aqui para ser direcionado para o canal da instituição no YouTube.


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Sucesso de público e crítica, ‘Tectônicas’ tem autoria de Samir Yazbek e direção de Marcelo Lazzaratto
Créditos: Divulgação
Sucesso de público e crítica, ‘Tectônicas’ tem autoria de Samir Yazbek e direção de Marcelo Lazzaratto

Sucesso de público e crítica, o espetáculo com direção e cenografia de Marcelo Lazzaratto parte da obsessão de Jorge (André Garolli), um usineiro paulista que pune Marcelo (Sidney Santiago Kuanza), que teria agredido sua filha, Fabíola (Maria Laura Nogueira).

A peça investiga como essa obsessão, que ignora os ritos da justiça institucional, contamina as relações mais íntimas do usineiro e estrutura a nossa sociedade, provocando uma espiral de violência que revela a face mais opressiva do patriarcado brasileiro.

“Tectônicas pretende estimular uma reflexão sobre o nosso momento histórico, em que a violência tem preponderado tanto nas relações pessoais quanto nas sociais. Um convite à percepção de que não somos apenas as vítimas de um sistema que condenamos, mas os seus agentes e muitas vezes os seus algozes”, explica Samir Yazbek.

A narrativa é conduzida de forma épica por Dolores e Alfredo, familiares já mortos do usineiro, metaforizadas nas tectônicas, palavra que tem origem no grego tektoniké, que significa “a arte de construir” e que remetem às placas que vivem recriando a paisagem da Terra.

“Por meio da dialética criada entre passado e presente, pretende-se investigar não apenas como o primeiro determina o segundo, mas como o segundo pode redimensionar o significado do primeiro – daí o sentido da personagem Dolores, que, embora já morta, pretende comunicar-se com o público, utilizando-se da metáfora das tectônicas, inspirada no universo da geologia”, ressalta o autor.

O cenário de “Tectônicas” é uma espécie de organismo metálico e tubular, livremente inspirado nas usinas de cana de açúcar, uma referência direta ao sistema colonial brasileiro, que influencia e estrutura até hoje a sociedade e as relações.

No centro dessa estrutura há uma chaminé que representa o poder do grande senhor do engenho. Ele queima tudo ao redor e espalha pelo ar, junto com a fumaça, a sua ambição e verdade.

O elenco conta ainda com a participação de Heitor Goldflus, Luciana Carnieli, Mauro Schames, Patricia Gasppar e Sandra Corveloni. Já Ademir Emboava e Alexandre Borges fazem participações em vídeo. Os figurinos são de Marichilene Artsevskis; a iluminação, por Wagner Freire; e a música original, por Dan Maia.

O espetáculo estava previsto para estrear no primeiro semestre de 2020, mas por conta da pandemia chegou aos palcos após uma pausa de 15 meses. Foi a peça de estreia na retomada do Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp, desde que o espaço fechou como medida de protocolo preventivo.