Espetáculo ‘A Vida das Bonecas Vivas’ é inspirado nas living dolls

Dirigido por Dan Nakagawa, espetáculo de dança-teatro tem pré-estreia online e conta com participação de Helena Ignez, musa do cinema dos anos 60

29 de novembro de 2020

21h30

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

O movimento das living dolls, no qual os adeptos recorrem a cirurgias, maquiagens, roupas e próteses parecerem bonecas vivas, inspira o espetáculo “A Vida das Bonecas Vivas”, concebido e dirigido por Dan Nakagawa, que tem se destacado como um dos novos talentos do teatro paulistano.

A produção deve estrear em abril de 2021 no Teatro Sérgio Cardoso, mas, para ter um gostinho do que vem por aí, você pode assistir à pré-estreia online no dia 29 de novembro, às 21h30, no YouTube. E o melhor: é grátis!

“A Vida das Bonecas Vivas” faz uma releitura contemporânea do butô
Créditos: Dani Sandrini - divulgação
“A Vida das Bonecas Vivas” faz uma releitura contemporânea do butô

Agora na pré-estreia você confere uma gravação feita na Sala Paschoal Carlos Magno (SP), onde o trabalho deve cumprir uma temporada presencial.

O espetáculo de dança-teatro faz ainda uma releitura contemporânea do Butô, uma dança japonesa que surgiu depois da Segunda Guerra Mundial e foi popularizada nos anos 70.

Baseada em escolas como o surrealismo e expressionismo, essa dança busca traduzir em movimentos aquilo de mais profundo que o dançarino carrega em seu espírito, incluindo sentimentos obscuros e sórdidos.

Outras grandes referências da montagem são a dança contemporânea e o kabuki, uma forma de teatro japonês que surgiu no período Edo (1600-1868) e até hoje é relativamente popular no país.

Todas essas inspirações são usadas no espetáculo para criar uma reflexão sobre as existências humanas à margem de uma sociedade que cerceia a diversidade e a subjetividade. Em cena, os intérpretes trazem à tona perspectivas de um renascimento identitário que transpõe os limites do engessamento social e dos papéis desempenhados diariamente pelas pessoas.

A montagem discute ainda questões identitárias, filosóficas e artísticas na construção psíquica da personalidade em busca de um duplo – a transformação em uma boneca viva – como forma de transcender a própria existência.

Para criar esses personagens complexos o grupo ainda estudou alguns conceitos da psicanálise e do teatro do teatro da crueldade como o de “estranho-familiar”, de Sigmund Freud; o “nosso outro no espelho”, de Jacques Lacan e o “retornar a si pela experiência do outro”, de Antonin Artaud.

O elenco de “A Vida das Bonecas Vivas” conta com a participação especial da atriz Helena Ignez, musa do cinema dos anos 60. O time fica completo com: Alef Barros, Anderson Gouvea, Laércio Motta, Gabriel Shimoda e Vivian Valente.

Quer mais teatro? Olha só estas dicas: