Marco Feliciano quebra o silêncio

O deputado Marco Feliciano publicou neste sábado em que se defende das vídeo acusações de assédio e de ter tentado estuprar uma militante de seu partido em julho.

“Eu quero dizer a todos vocês que embora eu esteja com o coração quebrado, machucado, com a minha família toda sofrendo, eu não vou julgar essa moça, eu perdoo ela, embora eu espere que ela seja responsabilizada pela falsa comunicação do crime”, disse ele no vídeo, ao lado da mulher, Edileusa.

 

O deputado federal Pastor Marco Feliciano foi acusado nesta sexta-feira, 5, pela jornalista Patrícia Lelis, de 22 anos, ex-militante do PSC Jovem, de assédio sexual, tentativa de estupro e agressão. A queixa no 3.º Distrito Policial (Campos Elísios), em São Paulo.

Talma Bauer, chefe de gabinete do parlamentar, foi conduzido ao DP. Ainda está detido. Ele foi acusado por Patrícia de sequestro qualificado (cárcere privado). Talma teria obrigado Patrícia a gravar dois vídeos nos quais ela nega as acusações contra o deputado.
O delegado Luís Roberto Hellmeister, responsável pelo caso, pediu a prisão temporária de Bauer.

 

Ela disse ter sido levada por Feliciano para seu apartamento , em Brasília, no dia 15 de junho. “Ele falou que tinha uma reunião do PSC Jovem, mas quando cheguei la só estava ele”, afirmou.
Proposta, de acordo com a jornalista: se aceitasse ser amante do deputado, ganharia um cargo no partido e um salário de R$ 15 mil.

 

“Ele tentou me arrastar para o quarto e tirar meu vestido. Como eu resisti, ele me deu um soco na boca e um chute na perna”, disse Patrícia. A jornalista afirmou que só conseguiu escapar porque uma vizinha do deputado ouviu seus gritos e tocou a campainha para saber o que acontecia.

Acompanhada da mãe e de uma advogada, Patrícia também acusou dois outros políticos do PSC. Em seu relato, ela disse que, em 16 de junho, procurou por ajuda no partido, mas teria ouvido como resposta uma proposta para receber dinheiro em troca de seu silêncio.

 

Sacola de dinheiro. A oferta teria sido feita pelo presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, que foi candidato à Presidência da República em 2014. “O Pastor Everaldo me deu uma sacola de mercado cheia de dinheiro e disse que era para eu ficar quieta”, disse Patrícia. Segundo ela, Everaldo também a ameaçou de morte. Teria também participado da reunião o deputado federal Gilberto Nascimento (PSC-SP).

Patrícia afirmou que, após relatar o caso no PSC, passou a ser perseguida dentro do partido. Ela disse também que, logo depois do episódio, encontrou-se com Bauer, chefe de gabinete de Feliciano, em um café. A conversa entre os dois foi gravada em áudio e o arquivo enviado a amigos com a orientação de que deveria ser divulgado na internet caso acontecesse alguma coisa com a jornalista.

No sábado, Patrícia saiu de Brasília e veio para São Paulo. Assim que chegou à capital paulista, ela relatou que continuou a ser assediada por Bauer. Segundo ela, o chefe de gabinete a forçou a gravar dois vídeos em que negava as agressões e elogiava Feliciano. Os depoimentos foram publicados em redes sociais nesta semana. “Ele também apagou a senha do meu Facebook e do WhatsApp e passou a mandar mensagens em meu nome.”