Festival Amobantu celebra representatividade afro-brasileira

Evento promove três dias de programação gratuita com shows, oficinas e outra atrações

Até 22 de junho de 2019

Quinta - Sexta - Sábado

Das 10h às 19h

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

Grátis

Telefone: (11) 5011-2421

No feriadão prolongado de junho, acontece a primeira edição do Festival Amobantu – Festival de Música e Cultura Bantu, que apresenta uma programação gratuita com shows, oficinas e gastronomia para evidenciar a importância ancestral dos bantus.

Samba de Roda Nega Duda é uma das atrações da primeira edição do Festival Amobantu
Créditos: Aline Capobianco
Samba de Roda Nega Duda é uma das atrações da primeira edição do Festival Amobantu

Os bantus têm um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade nacional, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais como o samba, o maracatu, a congada, o jongo e a capoeira.

A contribuição na nossa formação linguística é expressiva, são inúmeras as palavras presentes em nosso vocabulário que foram influenciadas pela língua bantu, entre estas angu, caçula, fubá, miçanga e quitute.

Como primeiros negros vindos da África para o Brasil, há mais de 400 anos, os bantus trouxeram consigo uma tradição cultural e religiosa muito forte. Assim, sua importância também está na construção da religiosidade do país, responsáveis pelas primeiras práticas de sincretismo afro-religioso e pioneiros nas religiões de matrizes africanas, principalmente a Umbanda e o Candomblé.

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Programação com raízes históricas

Partindo dessa reconstrução histórica, o Festival Amobantu celebra a cultura bantu durante três dias com artistas, pensadores e coletivos que vão discutir e compartilhar conhecimentos sobre a sua contribuição e influência na formação da nossa identidade nacional. Além de destacar suas práticas e ancestralidade na modernidade contemporânea.

A música está entre os focos do festival e as atrações dialogam com a cultura afro-bantu e afro-futurista, nove grupos se dividem em três shows por dia: Batucada Tamarindo, Jéssica Areias, Negu Edmundo, Coco de Oyá, Laylah Arruda, Senzala Hi Tech, Djanguru Sound System, Buena Onda Reggae Club e Nega Duda.

A programação se desdobra nas artes em geral, no artesanato, na culinária e na dança com exposição Mukangues (máscaras), feira de artesanato afro-brasileira, almoço afro com pratos tradicionais da culinária africana, com referências à cozinha de Angola.

As oficinas são divididas em temas variados, onde o participante pode aprender e se sentir em uma legítima viagem cultural pela etnia bantu.

Os músicos Toca Ogan (percussionista da Nação Zumbi) e Eder “O” Rocha (ex-integrante do Mestre Ambrósio) apresentam suas pesquisas sobre a musicalidade bantu. Toca aborda suas vivências com o berimbau, instrumento de origem angolana e Eder põe em pauta as origens do maracatu de baque-virado.

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Para os amantes e curiosos das danças africanas, a professora e coreógrafa Tainara Cerqueira conduz uma aula baseada nos movimentos herdados da mãe África.

O professor e líder religioso Tata Ananguê, autoridade do tema, faz uma reflexão profunda margeada pelo contexto da religiosidade na sociedade, no minicurso “Patrimônio e Candomblé Bantu”, única atividade que precisa de inscrições prévia dos interessados.

Já na abertura do evento, o público pode acompanhar a palestra estendida para um bate papo “Os bantus na formação do Brasil”, ministrada por Tata Ananguê, Jéssica Areias e Luciano Mendes de Jesus.

O Centro de Culturas Negras do Jabaquara foi escolhido para abrigar o evento por conta do peso histórico da região do Jabaquara para os negros – é ali que se localiza um dos primeiros terreiros tombados pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, o Axé Ilê Obá, da saudosa Mãe Sylvia de Oxalá, homenageada pelo espaço com seu nome.

O evento acontece por lá nos dias 20, 21 e 22 de junho, das 10h às 19h30, com entrada gratuita. A única atividade que requer inscrições antecipadas é o minicurso com Tata Ananguê, que acontece nos dias 21 e 22.

Confira a programação detalhada

  • 20/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Palestra “Os bantus na formação do Brasil”, com Tata Ananguê, Jéssica Areias e Luciano Mendes de Jesus  (biblioteca)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
12h – Aula Intervenção de Dança Afro com Tainara Cerqueira (área externa)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
14h – 15h – Show Jéssica Areias (auditório)
16h – 17h – Show Batucada Tamarindo (auditório)
18h – 19h30h – Show Negu Edmundo (auditório)

  • 21/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Minicurso (parte 1) “Patrimônio e Candomblé Bantu”, com Tata Ananguê – professor e sacerdote presidente das CNCCACTBB/CRBNDM*  (biblioteca)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
14h – 15h – Show Coco de Oyá (auditório)
15h – Oficina de Berimbau com Tata Mutakauatana (Toca Ogan/Nação Zumbi)
16h – 17h – Show Laylah Arruda (auditório)
18h – 19h30h – Show Senzala Hi Tech (auditório)

* Confederação Nacional dos Candomblés de Angola e dos Costumes e Tradições Bantu no Brasil/Casa Raiz do Benge Ngola Djanga ria Matamba.

  • 22/06

10h – 19h – Exposição Mukangues (hall de entrada)
10h – 12h – Minicurso (parte 2) “Patrimônio e Candomblé Bantu”, com Tata Ananguê – professor e sacerdote presidente das CNCCACTBB/CRBNDM (biblioteca)
12h – 14h – Almoço Afro – Afro Buffet Kitanda das Minas (área externa)
12h – 18h – Feira de artesanato (rua Arsênio Tavolieri)
12h – 16h – Djanguru Sound System (área externa)
15h – Oficina de Maracatu com Eder o Rocha
16h – 17h – Show Buena Onda Reggae Club (auditório)
18h – 19h30h – Show Nega Duda (auditório)

Quer uma dica?

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