São Paulo Sem Censura promove cultura e liberdade de expressão

Evento híbrido abre espaço para teatro, literatura, cinema, circo, arte urbana e música. Saiba tudo e celebre a democracia:

Para mostrar que a cultura deve ser valorizada – já que é uma saída justa e democrática para a crise humanitária que vivemos -, entre os dias 3 e 6 de junho acontece a 2ª edição do São Paulo Sem Censura, evento híbrido que garante uma maratona cultural gratuita e livre!

Vão rolar intervenções artísticas por toda a cidade de SP!
Créditos: Toni Baptiste, Coletivo Coletores / Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Cultura de SP
Vão rolar intervenções artísticas por toda a cidade de SP!

Ao longo desses quatro dias, o público tem acesso a shows, espetáculos teatrais, filmes, intervenções multimídia, exposições e debates. Muitas atrações acontecem online, mas há programações espalhadas pela cidade, que podem ser conferidas com toda a segurança.

O super calendário cultural está dividido em alguns sites. Neste link aqui você encontra as atividades online e nas ruas, na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro Cultural São Paulo e no Theatro Municipal. Já aqui estão as atrações nos centros culturais e teatros. Por fim, neste site ficam as ações planejadas pela Spcine.

Se está em dúvida de por onde começar, saiba que o São Paulo Sem Censura está dividido em quatro eixos instigantes: “Excluídos da Fundação Palmares”, “Censura Prévia na Rouanet e Ancine”, “Liberdade de Imprensa e de Expressão” e “Políticas de Silenciamento”. Tem muita coisa boa!

Bete Coelho dirige leitura dramatúrgica da peça “Santo Inquérito”
Créditos: André Seiti/ Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Cultura de SP
Bete Coelho dirige leitura dramatúrgica da peça “Santo Inquérito”

Um dos destaques do evento é o debate dramatúrgico com transmissão online “Santo Inquérito”, exibido direto do Theatro Municipal no dia 4 de junho, às 20h. A Cia. BR116 pretendia montar, em 2021, essa que é uma das mais importantes peças modernas do teatro brasileiro. No entanto, o projeto foi arquivado pelo Governo Federal.

Com texto de 1966 de Dias Gomes, o trabalho conta a história do julgamento de Branca Dias pela Santa Inquisição, denunciada por Padre Bernardo. Para o festival, a companhia propõe um tribunal dramatúrgico, onde os atores leem trechos do original a fim de suscitar debate. A direção é da musa Bete Coelho. Ao final, está programado um debate com Padre Julio Lancellotti, Ale Youssef e Cris Olivieri.

Outro espetáculo poderoso é “Liberdade, Liberdade!”, uma releitura do clássico espetáculo-manifesto de Millôr Fernandes, Vianinha, Nara Leão e Paulo Autran, que ganhou os palcos em 1965.

Agora com dramaturgia de Dione Carlos e direção de Luiz Fernando Marques, a peça reúne artistas do teatro, da dança e da música por meio de documentos, entrevistas e experimentos inéditos, com apresentação da atriz Renata Carvalho.

Os espectadores conferem tudo pela plataforma virtual do CCSP, com design digital de Flavio Barollo e produção Corpo Rastreado. Fique de olho no YouTube do CCSP a partir do dia 6 de junho para acompanhar.

Ouça a trilha sonora original do espetáculo de 1965:

Quer algo mais leve? Então não perca “Os 12 Trabalhos de Piolin”, transmitido pelo Facebook do Centro de Memória do Circo no dia 5 de junho, às 17h.

Com direção do Prof. Dr. Walter de Sousa (ECA-USP) e de Verônica Tamaoki, o CMC convidou 12 grandes artistas para realizar diversas intervenções inspiradas em trechos de 12 apresentações de destaque do Palhaço Piolin, trabalhos esses que hoje se encontram no Arquivo Miroel Silveira (ECA-USP), após serem resgatados dos arquivos da censura.

São Paulo Sem Censura pela cidade

A selva  de pedra também se transforma em palco desse grande festival. Fique atento(a) ao local das atrações e lembre-se de estar sempre com máscara e álcool em gel para se divertir em segurança.

Nos dias 4, 5 e 6 de junho, das 12h às 18h, está programada a intervenção artística “Circuito Urgências: Palmares é Aqui”. Trata-se de um vídeo em homenagem aos excluídos da lista da Fundação Palmares, com depoimentos e imagens de arquivo celebrando o legado dessas personalidades para a cultura brasileira.

O material é exibido em LED Trucks nos seguintes trajetos: da Vila Nova Cachoeirinha (CCJ) até o Largo do Paissandú; do Perus (Quilombaque) até a Avenida Paulista; e de Itaquera (Praça Brasil) até o Theatro Municipal.

Claro que, em um evento problematizando a censura, era necessário ter um espaço dedicado à imprensa. Por isso, uma das atividades é uma intervenção visual chamada “IMPRENSA LIVRE”.

Entre os dias 3 e 6 de junho, das 19h às 22h, o Coletivo Projetemos exibe, em prédios da região central de SP, imagens históricas, trechos de matérias censuradas, trechos de livros e outras obras impedidas de circular nesse país.

E que tal acompanhar a criação de um graffiti em uma empena na região da Av. Brigadeiro Luís Antônio? Entre 3 e 6 de junho, o artista visual Robinho, morador de Diadema e conhecido por buscar a representação plural e digna da mulher e do homem negro periféricos, faz um mural inédito na R. Gen. Júlio Marcondes Salgado, 4.

Os cinéfilos ainda contam com uma mostra híbrida, fruto da parceria da Spcine com o CCSP. Entre 3 e 17 de junho, ficam disponíveis na Spcine Play e presencialmente no Centro Cultural São Paulo alguns filmes de quatro coletivos independentes: Babado Periférico, Astúcia, Mbyá-Guarani de Cinema e Surto & Deslumbramento. São clipes, webséries, curtas, médias e longas-metragens.

Incrível, não? E esse é apenas um pequeno gostinho do que rola no Festival São Paulo Sem Censura. Não deixe de conferir a programação completa e escolher as atrações para acompanhar.

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