Indie Festival apresenta filmes independentes e radicais

Catorze longas de treze países revelam diferentes relações com o tempo

Até 19 de setembro de 2018

Todos os dias

Diversos horários

R$ 12 (inteira), R$6 (meia entrada) e R$3,50 (credencial plena)

Quem curte filmes autorais com propostas experimentais e radicais não pode perder a 12ª edição do Indie Festival. O evento acontece entre os dias 12 e 19 de setembro no CineSesc, em São Paulo, com produções independentes de treze países. Os ingressos custam R$12 (inteira), R$6 (meia entrada) e R$3,50 (credencial plena).

Este ano, a ideia é mostrar as transformações do cinema. Muitas das obras selecionadas refletem uma relação diferente com o tempo. Em “La Flor”, do argentino Mariano Llinás, quatro atrizes – Pilar Gamboa, Elisa Carricajo, Laura Paredes e Valeria Correa – interpretam vários personagens, em diferentes histórias e gêneros. Realizado ao longo de 9 anos, o filme tem 14 horas de duração e é exibido em três partes no festival. Para o diretor, a obra deve mostrar a passagem do tempo, o aprendizado e o processo na vida de quatro pessoas.

Seguindo essa mesma linha, outro destaque é “Estação do diabo” (230 minutos), do filipino Lav Diaz. Trata-se de uma ópera rock que reflete a ditadura e os tempos sombrios que vive o país. De acordo com Diaz, suas obras não são regidas pelo tempo, mas, sim, pelo espaço e a natureza.

Com quatro horas de duração, o longa “Um Elefante Sentado Quieto”, do chinês Hu Bo é um dos mais importantes do ano. O cineasta, que cometeu suicídio em 2017, logo após concluir o filme, fez um manifesto da sua existência. Na história, o público acompanha um dia na vida de quatro moradores de uma pequena cidade no interior da China.

Girl Power

Também há espaço para a produção feminina! Três diretoras mostram seus primeiros longas no Indie Festival.

Em “À deriva”, a alemã Helena Wittmann mostra uma história de amor e amizade que tem o mar como ator principal. Duas mulheres passam um fim de semana juntas no Mar do Norte. Em breve uma delas retornará para sua família na Argentina, enquanto a outra tentará aproximar-se um pouco mais do oceano. Ela, então, parte em direção ao Caribe e o desconhecido a deixa vulnerável.

A diretora húngara Zsófia Szilágyi apresenta “Um Dia”, premiado na Semana da Crítica de Cannes. Anna, mãe de três filhos, está sempre correndo: do trabalho para o berçário, a escola, o balé, a aula de esgrima. Como se não bastasse, ela suspeita que está sendo traída pelo marido. Seus problemas são bastante comuns, mas Anna simplesmente não tem tempo para parar e refletir sobre eles, que se acumulam continuamente, ameaçando esmagá-la. Ela precisa ter muita energia para seguir em frente.

Já a cineasta polonesa Jagoda Szelc estreia com um suspense: “Torre. Um dia brilhante” ganhou o prêmio de Melhor Primeiro Filme no Polish Film Festival. É início de verão e Nina, a filha de Mula, está prestes a celebrar sua Primeira Comunhão e os parentes começam a chegar. Entre eles, Kaja, irmã de Mula e mãe biológica de Nina, que, por alguma razão, permaneceu ausente nos últimos seis anos. Seu retorno desencadeia as ansiedades de Mula, que passa a desconfiar de qualquer interação entre Kaja e Nina. A família acredita na reconciliação, mas, para Mula, Kaja retornou com a pretensão de levar a criança embora. Enquanto a presença de Kaja desencadeia mudanças na família, ocorrem uma série de peculiares eventos metafísicos.

Confira a programação completa no site.