Ação poética na Av. Paulista questiona imposições ao corpo da mulher

Na intervenção urbana ‘Mamil(a)s’, pessoas diversas apenas com os seios expostos perguntam: quem tem medo do corpo feminino?

Por: Redação

28 de novembro de 2021

a partir das 15h

Recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência não informados pelo próprio organizador do evento

Grátis

A cultura do estupro e as imposições da sociedade patriarcal ao corpo das mulheres motivaram a criação da intervenção urbana “Mamil(a)s”, do grupo Desvio Coletivo, que pode ser conferida neste domingo, dia 28 de novembro, a partir das 15h, na região da Avenida Paulista.

Nesta ação poética e política, cerca de 20 pessoas diversas – mulheres e homens cis e trans, dos mais diferentes perfis, etnias, profissões e orientações sexuais – partem da Rua Augusta, 1200, em direção à Paulista com os corpos cobertos por um tecido colorido – as únicas partes expostas são os mamilos.

Performance do Desvio Coletivo reúne 20 corpos diversos com os seios expostos
Créditos: Leandro Brasilio - divulgação - Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Performance do Desvio Coletivo reúne 20 corpos diversos com os seios expostos

A ideia do trabalho, idealizado por Priscilla Toscano e Leandro Basilio, é questionar os conceitos pré-estabelecidos de corpo pela sociedade patriarcal – seja para o “feminino” ou “masculino” – e a sua função social. O ponto de partida da investigação é a questão: “quem tem medo dos corpos das mulheres”.

“Mamil(a)s” ainda cria uma reflexão sobre a educação idealizada pela sociedade machista, que estabelece o padrão hetero-cis-patriarcal. É o que dizem as palavras da diretora e idealizadora Priscilla Toscano:

“A função dada ao corpo da mulher é sempre a do corpo domesticado, dócil, servil. A sociedade patriarcal espera que o corpo da mulher esteja no lugar de mãe/esposa (para amamentar e se dedicar a manutenção do lar) ou de objeto (para ser consumido), sempre passivo, inerte. Enquanto o corpo do homem sempre foi tido como o corpo do espaço público, da força, do poder”.

E o trabalho busca fugir do clichê “mulheres pretas x brancas x magras x gordas x ricas x periféricas”, que, para o coletivo, é uma estratégia do patriarcado para causar a segregação entre todos esses corpos políticos.

Olha estes outros rolês poderosos: