Mostra 0800 exibe mais de 30 produções do Cinema Marginal

Por: Redação

A frase “Seja marginal, seja herói”, de Hélio Oiticica, é o norte de muitos artistas, em especial nos anos 60 e 70. A fim de celebrar o legado de diretores icônicos do Cinema Marginal, como Rogério Sganzerla, Julio Bressane e Glauber Rocha, de 15 a 17 de setembro, o Espaço Outrxs recebe a Mostra do Filme Marginal.

A maratona ocupa o espaço em Vila Isabel de sexta a domingo, em diversos horários, e toda a programação tem entrada Catraca Livre – confira abaixo!

“Seja marginal, seja herói” – Hélio Oiticica

Nascido para dar voz aos personagens que estavam à margem da sociedade, o Cinema Marginal é uma expressão usada para retratar as obras cinematográficas produzidas entre a ditadura militar brasileira e o início da década de 80, quando os projetos questionavam o sistema sócio-político da época.

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Confira todos os detalhes da programação:

Sexta-feira | 15 de setembro

  • 18h | Exibição de Abertura

01 – Martírio
Documentário, 162 min, Brasil, 2016.
A grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio

  • 21h | Marginal I

01 – Tormenta – Trilogia da Obsessão Parte I
Drama, 3’40’, RJ, 2014.
A personagem Maria é uma mulher madura que foge aos padrões existentes de beleza na mídia. Ela não suporta sua aparência e este fato torna-se constante deixando-a com um comportamento agressivo ao ponto de querer não existir.
O curta apresenta pequenos fragmentos do dia em que a personagem Maria surta intercalando em alguns momentos com black out, que sugere apagões de lucidez e cenas de forte chuva que representam a tormenta que caiu sobre sua cabeça.

02 – Rewind – Trilogia da Obsessão Parte II
Suspense, 7’, RJ, 2015.
O curta experimental “Rewind”, segunda parte da trilogia da obsessão, revela questões psicológicas muito comuns na atualidade como a ansiedade e o medo em forma de simbolismo. O enredo nada mais é que um sonho do personagem Pedro na busca incessante do que está por vir, do que ele poderia mudar se pudesse voltar a trás. O medo de estar sozinho (o maior deles), a fobia da morte, a tentativa inconsciente de recomeço após cada desfecho é retratada em forma de um pesadelo do qual o mesmo não consegue acordar.
As cenas ilustradas com um labirinto de escadas, vozes e ruídos são apresentados de forma não-linear, transformando “Rewind” em um filme sensorial, onde as imagens e o sons pretendem colocar o espectador na mesma situação do personagem. O filme não começa onde parece começar e não termina onde parece terminar. É um círculo vicioso, um quebra-cabeça para montar como quiser. Rewind é arte em imagens a ser contemplada. REWIND é um suspense suspenso.

03 – Nota Mi – Trilogia da Obsessão – Parte III
Drama, 19’53”, RJ, 2015.
Obcecada pela musicalidade, Miriam acha que não é notada pelo marido (Pedro), que por sua vez, não consegue dormir devido os pesadelos, está movido por outras preocupações e lhe dá um tratamento agressivo. Uma mulher com baixa auto estima (Maria) aparecerá trazendo sensações e reflexões ao casal fazendo um contra ponto final. Esta é a parte final na trilogia da obsessão onde os personagens dos curtas anteriores “Tormenta” e “Rewind” se encontram e alcançam a redenção.

Miriam é oprimida pelo marido que mal lhe dá atenção. Acostumada a ser notada pelo público quando cantava ela sente-se frustrada. Pedro, com medo de que ela o abandone por causa de sua carreira musical, sequer a deixa ouvir música ou cantar em casa. A abstinência de música faz com que Miriam crie som com objetos e móveis da casa. Até que Miriam encontra um pequeno teclado (piano). Pedro está desempregado e seu medo da solidão aumenta quando vê que sua mulher só tem olhos para a música. Até que ponto ele fará de tudo para manter a mulher ao seu lado? Vale a pena manter uma pessoa ao seu lado e mesmo assim sentir-se só e infeliz? Maria é uma mulher simples e solitária que enlouquece por não aceitar a sua própria aparência. Será que um dia Maria encontrará alguém que note a sua existência?

05 – Onde Está?
Animação, 2’, RJ, 2015.
Um ser sombrio procura por algo muito importante. Quem será? E onde está?

06 – Surdez
Drama, 4’, RJ, 2017.
Um artesão surdo e sua mais nova obra.

  • 22h | Ay Carmela.

Apresentação de Carmen Blues.
Carmen Blues é o projeto solo da cantora Carmen Cunha. Nesse projeto, a cantora mistura canções autorais e versões bastante pessoais para criar uma atmosfera intimista com uma aura blues.

Sábado | 16 de setembro

  • 11h | Oficina

1 – Oficina de Videodancer com Michel Schettert
Cinema, Dança e Improvisação. As técnicas do Videodancer são direcionadas para o uso da câmera na mão, unindo a lógica coreográfica aos processos de filmagem. Tratam-se de artifícios para cercar cenas com alto grau de
Necessário que oxs participantes levem câmera.

  • 14h | Marginal II

01 – Ofuscado
Ficção, 20′, RJ-BA, 2013
Dulce não convive com muitas pessoas, exceto o vizinho, o pai e a avó, uma senhora cega que vive com ela, única pessoa com quem Dulce consegue conversar. O convívio com Esequiel, um trabalhador forasteiro, faz com que Dulce queira conhecer mais do que o mundo que conhece.

02 – Operação Morengueira
Ficção / Musical, 16′, RJ, 2005.
Super bang bang inspirado nos sambas de Moreira da Silva e Miguel Gustavo.

03 – Larápios
Performance, 5 min, RJ, 2017
Larápios – jogo público acerca do furto [um grupo de pessoas se furta continuamente].

04 – Corredor
Experimental, 4 min, RJ, 2015.
Montagem realizada a partir de imagens de arquivo do Fantástico, em reportagem sobre os bailes funks de “corredor” do Rio de Janeiro na década de 90.

05 – Máquina Paranóica
Experimental, 10 min, RJ, 2015.
Sinopse do Filme: O corpo, a cidade e o caos.

06 – O Namorado
Comédia, 8′, RJ, 2015.
Insatisfeita com o seu casamento, Zelda encontra uma possibilidade para salvar sua vida conjugal a partir de uma foto publicada em uma coluna social. Basta, agora, convencer seu marido sobre sua ideia.

07 – Everybody Escaralhoff
Documentário Experimental, 8 min, RJ, 2014
Registro do contraste existente entre a maior festa carnavalesca do mundo e a greve municipal de garis durante o evento em 2014. Gravado totalmente em um celular.
Um fato interessante sobre a filmagem é que eu quase apanhei no metrô de um grupo de garotos marombados da zona sul que cantavam alegremente o tema que dá origem ao nome do filme.

08 – Monocelular
Experimental, 13 min, RJ, 2009.
Satori; insight cósmico revelando que o caos é a razão para abraçarmos a origem da existência humana e retomarmos o ser de única célula; ou uma ligação móvel para o seu próprio aparelho.

  • 16h | Marginal III

01 – Mobilidade
Documentário, 26′, RJ, 2016.
O processo de preparação do Rio de Janeiro para os mega-eventos esportivos implicou também em uma mudança radical no modo de circulação pela cidade. Não foi apenas o aumento exponencial das tarifas que afetou o cotidiano de moradoras e moradores – junto com ele também vieram os cortes das linhas de ônibus, as obras faraônicas para construção de corredores viários, políticas que não favoreceram a maior parte da população, sobretudo na Zona Oeste da cidade.

03 – Zona Portuária
Documentário, 26′, RJ, 2016.
Projeto Porto Maravilha: como tem se dado a sua implementação, descaracterizando a região portuária, com um discurso de financiamento privado, mas que está sendo assegurado basicamente pelo poder público através dos recursos do FGTS. Esse curta traça um panorama da região que é patrimônio histórico e cultural da cidade, por sua destacada dimensão da presença africana e seus descendentes.

03 – ExPerimetral
Documentário, 11′, RJ, 2016.
Com o melhor emprego do mundo, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, defende o seu projeto de gestão, apresentando os grandes desafios e os transformando em grandes oportunidades para o futuro da civilização. Impulsionado pelos grandes eventos esportivos e pelo capital privado, a cidade alavancou um conturbado processo de gentrificação, deixando rastros de dúvidas e desgostos à uma parcela da população.

04 – Rádio Livre!
Documentário Experimental, 15 min, RJ, 2014

  • 18h | Marginal IV

01 – Domínio Público
Documentário, 97 min, RJ, 2011-2014.
Sinopse: Documentário investigativo que acompanhou durante quatro anos as transformações no Rio de Janeiro durante a preparação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O filme retrata o impacto dessas transformações na vida dos moradores da cidade, dando destaque aos abusos e violações que aconteceram nas favelas cariocas.

  • 20h | Aula Magna de Cinema Negro

Aula magna sobre o cinema negro nacional com enfase no gênero e raça com base na pesquisa realizada por Rosa Miranda durante o período de graduação em licenciatura em Cinema e Audivisual pela Universidade Federal Fluminense. Uma releitura da História do Cinema Brasileiro pela ótica da população negra. Exibição de curtas de diretoras e diretores negros brasileiros.
Será necessário equipamentos de exibição.

  • 22h | Show da Banda Catiço

Formada em 2015, a banda foi criada buscando uma dualidade de sensações: de um lado, riffs pesados combinados à psicodelia característica dos anos 70, do outro, letras agressivas denunciando as mazelas da nossa sociedade. Após algumas mudanças de membros no início da banda, ao entrar em 2017 é lançado seu primeiro trabalho: um EP gravado independentemente, composto de cinco músicas que tentam decifrar o que há por trás da ideologia desse quarteto

Domingo | 17 de setembro

  • 11h | Oficinas

Treinando o olhar – Oficina de Vídeos para Celular
Práticas sobre como desenvolver filmes com celular, a oficina será dividida em duas partes: a primeira parte será teórica e a outra será prática. Exibição dos vídeos realizados e debate sobre os mesmos.
Ministrada por Coletivo Kbça D’ Nêga – Coletivo de criações artísticas, sobretudo criações audiovisuais com foco para o LGBTT e a mulher negra a partir das REAÇÕES das violências irradiadas diariamente nos corpos das centelhas que compõem este coletivo como: opressões de gênero, raça, intolerância religiosa e características corporais desviantes.

  • 14h | Marginal V

01 – Da minha pele
Video-poesia, 02′:25”, RJ, 2016.
Vídeo poesia em homenagem ao Diego Vieira Machado, estudante de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assassinado no Campus do Fundão em Junho de 2016.-

02 – Tambores Afro-Uruguaios
Documentário, 13′, RJ, 2017.
Os tambores trazidos pelos Africanos escravizados durante a colonização Espanhola sobreviveram e ganharam novas forças no Uruguai. O CANDOMBE, símbolo de um povo reprimido pelos colonizadores, se tornou uma necessidade de expressão e liberdade dos africanos e hoje tem presença especial no Carnaval do Uruguai.

02 – Quilombo da Caçandoca
Documentário, 10′, RJ, 2016.
Localizado no Litoral norte de São Paulo, na cidade de Ubatuba, o Quilombo da Caçando foi o primeiro Quilombo a receber a titularizarão da terra por interesse social. O documentário é um registro dos moradores do Quilombo que há mais de 300 anos vivendo em harmonia com a natureza, na luta pela preservação das suas tradições ancestrais e contra a especulação.

03 – Afrodites
Documentário, 20′, MG, 2016.
O documentário acompanha jovens mulheres em suas memórias sobre a transição capilar. Foram capturados os relatos sobre como uma alteração estética alcança temas como consciência e resistência afro, além do racismo institucionalizado e da luta diária de ser uma mulher negra no Brasil.

04 – Bixa preta
Video-poesia, 4’32”, RJ, 2016.
Bixa Preta se baseia em “O tempo não para”, música de Arnaldo Brandão e Cazuza como um disparate de suas feridas colecionadas durante a vida, Felipe Pinto (Performer) interpreta a poesia que faz um paralelo com sua vida: bixa, preta, pobre e também soropositivo.

05 – 80 pratas
Documentário, 03’10”, RJ, 2015
A dura realidade de um morador de rua no Rio de Janeiro
“Choque de ordem é limpeza social”
O filme é parte de uma longa conversa realizada em outubro de 2015 com um morador de rua, no Centro do Rio de Janeiro. Marcelo (nome fictício) fala sobre o choque de ordem e as péssimas condições dos abrigos. Fala também sobre o que na prática significa o ‘departamento de desenvolvimento social’. “Não tem nada de desenvolvimento social nisso, na verdade tem uma comercialização de pessoas. Nós somos só uma mercadoria que não valemos nada pra eles, além das 80 pratas.” Marcelo.

06 – Ato retrato de uma Bixa Pão com Ovo
Documentário/ Experimental, 8’15”, RJ, 2017.
Do Pajubá, da resistência das ruas, esquinas, becos e vielas.Do Arouche aos Jardins. E aí, lá curimba a gente se cria e tem liberdade quem a gente é: puta, viado, sapatão, BIXA PÃO COM OVO. “Bixa Pão com Ovo” expressão originária do Pajubá que é uma linguagem de resistência gerada nos terreiros de religiões de matriz africana por grupos LGBTTQ. Bernardo Rezende conta como é ser uma Bixa Pão com Ovo, marginalizada e fora do padrão da glamourização do meio.

  • 15h30 | Marginal VI

01 – Remoções
Documentário, 26’, RJ, 2016
De 2009 (ano em que o Rio fora declarado sede olímpica) até 2015 foram 22.059 famílias removidas totalizando cerca de 77.206 pessoas, segundo Dossiê do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro. Como vivem as comunidades ameaçadas de despejo? Como se dá a resistência? Para onde essas pessoas estão sendo levadas? Quais são as condições de moradia em que passaram a viver?

02 – Controle Urbano
Documentário, 26’, RJ, 2016
No Rio de Janeiro, desde 2009, destacaram-se uma série de medidas de controle urbano, todas elas caracterizadas por uma sistematização de ações violentas e pelo discurso de preparação da imagem da cidade, como um cenário propício à realização dos megaeventos: criminalização do comércio ambulantes, instalação das UPPs, megaoperações policiais e ocupação militar são tratadas neste episódio, a partir dos depoimentos daqueles e daquelas que são atingidos pelas medidas repressivas.
Cidade / Estado de produção: Rio de Janeiro-RJ

03 – Boca do Mato
Documentário, 15’, RJ, 2017.
O filme retrata a luta de moradores da favela Boca do Mato, no Lins, Rio de Janeiro, após o assassinato de uma criança de 10 anos de idade, resultado de uma ação polcial na região.

04 – Favela que não luta é senzala – A resistência da Metrô-Magueira
Documentário, 15’, RJ, 2017.
O filme retrata a luta por moradia de moradores da favela Metrô-Mangueira, que fica no pé do Morro da Mangueira e próximo ao Maracanã, no Rio de Janeiro. Com imagens de 2014, 2015 e 2016.

05 – Resista!
Documentário, 7’, RJ, 2017.
O curta traz imagens da resistência de moradores da ocupação Oi-Telerj e apoiadores, na Prefeitura do Rio de Janeiro, contra a Guarda Municipal, que retirou as famílias da rua com cassetetes.

  • 17h | Debate – A imaginação contra o Poder com Joana D’arc Fernandes Ferraz
  • 18h | Exibição de Encerramento

01 – 1917: A Greve Geral
Documentário, 90′, SP, 2017.
Através de depoimentos de pesquisadores e material de arquivo, o documentário retrata a primeira greve geral do Brasil, de orientação anarquista, ocorrida num ano emblemático de revoltas ao redor do mundo: 1917.

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