Grátis: ‘Mostra Vento’ reabre o Pavilhão do Parque Ibirapuera

Exposição reúne obras de 21 artistas no Pavilhão Ciccillo Matarazzo e serve como um "esquenta" para a 34ª Bienal de São Paulo

Até 13 de dezembro de 2020

Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

Quartas, sextas, sábados e domingos, das 11h às 19h | Quintas, das, 11h às 20h
*O horário das 11h – 12h tem como público prioritário idosos e pessoas em grupo de risco
*Visitação somente após agendamento pelo site do evento

Site: bienal.org.br

Telefone: (11) 5576-7600

A 34ª Bienal de São Paulo foi adiada para setembro de 2021, mas se você está com muita curiosidade para saber o que te espera nesse grande evento, pode comemorar. O famoso Pavilhão Ciccillo Matarazzo recebe a “Mostra Vento”, exposição coletiva que funciona como uma espécie de índice para a Bienal de Arte.

Performance “A Maze in Grace” de Neo Muyanga com Legítima Defesa e Bianca Turner para a abertura da 34a Bienal de São Paulo
Créditos: Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Performance “A Maze in Grace” de Neo Muyanga com Legítima Defesa e Bianca Turner para a abertura da 34a Bienal de São Paulo

Entre os dias 14 de novembro e 13 de dezembro, obras de 21 artistas podem ser vistas pelo público. A entrada é gratuita, mas só é possível visitar o espaço após reservar uma data por meio deste formulário. Os horários disponíveis são: quarta, sexta, sábado e domingo, das 11h às 19h, e às quintas, das 11h às 20h. Mas, atenção: entre às 11h e às 20h a prioridade é dos idosos e pessoas em grupo de risco.

A “Vento” aponta parte dos temas que serão expandidos pela 34ª Bienal, chamada de “Faz escuro mas eu canto”. Além disso, faz referência a outras edições e às atividades que têm ocorrido no meio digital.

Uma de suas particularidades é a organização das obras por meio de enunciados (objetos com histórias complexas que sugerem leituras multifacetadas). A curadoria recorre a dois deles para propiciar ressonâncias e ecos: o Sino de Ouro Preto e os cantos rituais tikmũ’ũn.

Representado na exposição por um vídeo inédito comissionado pela Fundação Bienal, o Sino de Ouro Preto, símbolo da luta pela independência do Brasil, está no campanário da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, mais conhecida como Capela do Padre Faria, em Ouro Preto (MG).

Quando Tiradentes foi executado, em 21 de abril de 1792, esse foi o único sino a tocar na colônia, desobedecendo a ordem oficial, que proibia homenagens a esse inimigo da coroa portuguesa. O objeto também esteve presente em outro momento histórico: em 21 de abril de 1960 foi levado a Brasília e içado ao lado da cruz usada na primeira missa no Brasil,  sendo tocado na inauguração da nova capital.

Se quiser saber mais sobre a tradição dos sinos em Minas Gerais, na publicação educativa desta edição da Bienal, “Primeiros Ensaios”, tem esse documentário:

Na “Mostra Vento”, serão agrupadas ao redor da imagem do sino, e ocasionalmente banhadas por seu som, obras criadas em épocas e lugares distintos que aludem ao retorno, como tragédia ou como farsa, de momentos sombrios e à necessidade de opor a eles, de forma literal ou simbólica.

Em relação aos cantos tikmũ’ũn, eles serão incorporados à exposição para fazer um contraponto poético para uma série de obras que refletem sobre a memória. Os Tikmũ’ũn, ou Maxakali, são um povo indígena originário de uma região situada entre os estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo.

Após inúmeros episódios de violências e abusos, recorrentes desde a época colonial, eles beiraram a extinção nos anos 1940 e foram forçados a abandonar suas terras ancestrais para sobreviver.

Os cantos, quase sempre executados coletivamente e destinados à cura, organizam a vida nas aldeias, constituindo quase um índice de todos os elementos que estão presentes em suas vidas, como plantas, animais, lugares e objetos.

O título da mostra está relacionado ao filme “Wind” (Vento), de 1968, da artista norte-americana Joan Jonas. A produção registra os esforços de um grupo de performers para executar uma coreografia na praia de Long Island, em Nova York, em um dos dias mais frios daquele ano. O grande desafio do coletivo é tornar o vento visível.

Filme “Vento” nomeou a exposição que serve como um esquenta para a Bienal
Créditos: Cortesia da artista Joan Jonas
Filme “Vento” nomeou a exposição que serve como um esquenta para a Bienal

Para o curador geral da 34ª Bienal Jacopo Crivelli Visconti, essa obra ganhou novas camadas de leitura possíveis no contexto em que vivemos, por isso ela será exibida novamente no megaevento.

Entre os artistas que participam dessa exposição estão Alice Shintani (1971, São Paulo, SP), Ana Adamović (1974, Belgrado, Sérvia), Eleonore Koch (1926 – 2018, Berlim, Alemanha), Gala Porras-Kim (1984, Bogotá, Colômbia), Jacqueline Nova (1935-1975, Gante, Bélgica), Koki Tanaka (1975, Kyoto, Japão), Luisa Cunha (1949, Lisboa, Portugal), Melvin Moti (1977, Roterdão, Países Baixos), Musa Michelle Mattiuzzi (1983, São Paulo, SP) e Paulo Nazareth (muitas datas, Watu Nak, Vale do Rio Doce, MG).

A montagem tem uma característica especial: não será construída nenhuma parede expositiva, ao contrário do que costuma acontecer. Isso significa que a arquitetura do Pavilhão Ciccillo Matarazzo estará em seu estado natural, convidando o público a olhar tanto para as obras quanto para o espaço entre elas. Além disso, essa iniciativa facilita o distanciamento social.

Para ficar por dentro de todos os eventos relacionados à 34ª Bienal de São Paulo, acesse este site.


#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? ❤


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