Musical ‘Elza’ faz nova temporada no Teatro Sérgio Cardoso
Visto por mais de 60 mil pessoas, o espetáculo teve a aprovação irrestrita da homenageada
Até 14 de julho de 2019
Quinta - Sexta - Sábado - Domingo
Quinta a sábado, às 20h
Domingos, às 17h
Site: teatrosergiocardoso.org.br
Telefone: (11) 3882-8080
Elza Soares não mentiu quando disse que vai cantar até o fim, na música “A Mulher do Fim do Mundo“. Sua voz ecoa através de sete atrizes que a interpretam no musical homônimo, em sua homenagem.
Em cena, as atrizes se dividem ao viver Elza Soares em suas mais diversas fases e interpretam outros personagens, como os familiares e amigos da cantora.
Além de personalidades marcantes, como Ary Barroso (1903-1964), apresentador do programa onde se apresentou pela primeira vez, e Garrincha (1933-1983), que protagonizou com ela um notório relacionamento.
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Elza: reinvenção e resistência
As múltiplas facetas apresentadas ao longo de sua majestosa carreira foram o ponto de partida para o musical “Elza”.
Ainda que muitos dos conhecidos episódios da vida da homenageada estejam no palco, a estrutura de Elza foge do formato convencional das biografias musicais.
Ao mesmo tempo que as personagens são vividas por várias atrizes ao mesmo tempo, a estrutura do texto também não é necessariamente cronológica.
Da mesma forma que músicas recentes, como “A Mulher do Fim do Mundo“, a emblemática “A Carne” e “Maria da Vila Matilde” se embaralham aos sucessos das mais de seis décadas de carreira da cantora, como “Se Acaso Você Chegasse”, “Lama”, “Malandro”, “Lata D’Água” e “Cadeira Vazia”.
Marcada por uma série de tragédias pessoais, da morte dos filhos e de Garrincha à violência doméstica e à intolerância, a jornada de Elza Soares é contada com alegria.
O espetáculo foi desenvolvido ao longo de um período em que Elza se encontra no auge de uma carreira marcada por reviravoltas e renascimentos.
Ao lançar seus últimos dois discos, “A Mulher do Fim do Mundo” (2015) e “Deus é Mulher” (2018), a cantora não somente ampliou ainda mais seu repertório e sua base de fãs, como conquistou, mais uma vez, a crítica internacional, e se consolidou como uma das principais vozes da mulher negra brasileira.
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Múltiplas Elzas
Vinícius Calderoni, autor do texto, chama a atenção para a coletividade presente em todo o processo de criação da montagem.
Após ter escrito as primeiras páginas, ele começou a frequentar os ensaios e estabeleceu um rico intercâmbio com Duda Maia e as sete atrizes.
Sendo assim, as sete atrizes e múltiplas (como Elza é) colaboraram com o texto, trazendo suas experiências vividas por serem mulheres negras.
Tal processo colaborativo se estendeu para a música, com a participação ativa das atrizes e das musicistas nos ensaios com os diretores musicais, e o maestro Letieres Leite, que liderou algumas oficinas com o grupo no período dos ensaios.
O processo gerou duas canções inéditas que estão na peça: “Ogum”, de Pedro Luís, e “Rap da Vila Vintém“, de Larissa Luz, uma das atrizes que interpretam a cantora.
Além de Larissa, Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Verônica Bonfim também dão vida às várias Elzas.
Temporada de ‘Elza’
Com texto inédito de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, o espetáculo musical “Elza” fica em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso até 14 de julho.
O ingresso custa até R$ 150 e pode ser comprado pelo site do Teatro Sérgio Cardoso. As sessões acontecem de quinta a sábado, às 20h, e de domingo, às 17h.
Mas fica atento: nos dias 4 e 5 de julho não vai rolar apresentação do espetáculo.
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Elza amava Cazuza, e quem curte o musical em homenagem à cantora também vai adorar saber que o espetáculo ‘Cazuza’ está em cartaz em curta temporada na cidade.