Noitão Belas Artes faz maratona com clássicos nacionais

Madrugada de filmes do Belas Artes faz a pré-estreia do aclamado 'Bacurau', de Kleber Mendonça Filho

A gente esperava essa hora! Pela primeira vez, o Noitão Belas Artes apresenta uma programação 100% nacional e com um gostinho a mais: ”Bacurau”, aclamado filme de Kleber Mendonça Filho, tem pré-estreia durante o evento.

Pra você ter uma noção do hype, o filme já foi convidado para mais de 100 festivais e mostras ao redor do mundo desde sua première mundial em Cannes! Vamos ouvir falar e muito desse longa ainda!

‘Bacurau’ tem estreia na programação do Noitão Belas Artes 100% nacional
Créditos: reprodução
‘Bacurau’ tem estreia na programação do Noitão Belas Artes 100% nacional

A maratona noturna ainda vai exibir “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles, e “Carandiru” (2003), de Hector Babenco. E, como sempre acontece, o Noitão reserva um “filme-surpresa” para o encerramento.

Ambas as sessões de abertura salas desse Noitão são com o inédito “Bacurau”. Vencedor do prêmio do júri no Festival de Cannes e do prêmio de melhor filme na principal mostra do Festival de Cinema de Munique, o longa tem roteiro assinado por Juliano Dornelles, além da direção de Kleber Mendonça Filho.

Rodado no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba, “Bacurau” é um filme de aventura ambientado no Brasil num futuro distópico, e conta a história de um povoado que some do mapa após o falecimento de uma de suas moradoras mais queridas, Dona Carmelita, aos 94 anos.

Quando uma série de assassinatos misteriosos começa a acontecer, os moradores da cidade se unem para tentar reagir a um inimigo “não identificado”, como sugere o nome da famosa música cantada por Gal Costa na trilha do filme.

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Burburinho nacional

Filmes que causaram burburinho no Brasil – e no mundo – é a linha central da curadoria dessa edição do Noitão Belas Artes. Há quase duas décadas, outro filme nacional causava furor por onde passava. Era “Cidade de Deus”, obra que atraiu os olhares do mundo inteiro para o nosso cinema, algo que não acontecia desde o auge do Cinema Novo, nos anos 1960.

A história tem como cenário as favelas do Rio e acompanha os caminhos divergentes de dois meninos, enquanto um se esforça para se tornar fotógrafo e o outro mergulha no submundo do crime.

Vencedor de mais de 60 prêmios internacionais, este cult movie de Fernando Meirelles, codirigido por Katia Lund, recebeu ainda nada menos que quatro indicações ao Oscar 2004, nas categorias de Melhor Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia e Montagem.

Um ano depois de “Cidade de Deus”, mais um impactante filme brasileiro dava o que falar. “Carandiru”, dirigido por Hector Babenco, com roteiro adaptado do livro de Dráuzio Varella, foi o nosso representante na seleção Oficial do Festival de Cannes 2003, onde concorreu à Palma de Ouro.

Baseado na própria experiência de Dráuzio como médico, o filme segue o trabalho de um sanitarista que se oferece para realizar o trabalho de prevenção ao vírus HIV no Carandiru, maior presídio da América Latina, nos anos 1990.

Durante sua missão, ele convive com a degradação física e moral dos presos agravada pela superlotação, ao mesmo tempo em que conhece um surpreendente lado frágil, romântico e sonhador de seres tão temidos pela sociedade.

Curiosamente, “Cidade de Deus”, que havia desbancado a bilheteria dos filmes de Xuxa e alcançado mais de 3 milhões de espectadores no Brasil, logo foi ultrapassado por “Carandiru”, que chegou a quase 5 milhões de ingressos vendidos, tornando-se o então campeão de público desde a retomada da produção nacional, no início dos anos 1990.

De lá para cá, muitas águas rolaram, outros filmes brasileiros fizeram história, dentro e fora do País. O que nos faz pensar: qual será o sucesso de bilheterias surpresa dentro da programação brasileirinha do Noitão Belas Artes?

Para saber, só indo à madrugada cinematográfica do Cine Belas Artes, que acontece no próximo dia 16 de agosto, a partir das 23h59.

Os ingressos para o Noitão Belas Artes custam até R$ 38 (compre online) e os sobreviventes da maratona ganham um super café da manhã quando acaba!

Opa… íamos esquecendo! A programação das salas fica assim:

  • Sala 1

00h – Bacurau (Dir. Kleber Mendonça, 2019, 131min) – Termina às 2h10
Intervalo 30 min
2h40 – Cidade de Deus (Dir. Fernando Meirelles, 2002, 130min) – Termina às 4h50
Intervalo 20 min
5h10 – FILME SURPRESA

  • Sala 2 

00h20 – Bacurau (Dir. Kleber Mendonça, 2019, 131min) – Termina às 2h30
Intervalo 30 min
3h00 – Carandiru (Dir. Hector Babenco, 2003, 145min) – terminas às 5h30
Intervalo 20 min
5h50 – FILME SURPRESA

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