Oca recebe maior exposição do consagrado artista chinês Ai Weiwei

Obras históricas e inéditas refletem as crises do mundo contemporâneo

Até 20 de janeiro de 2019

Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

De terça a sábado das 11h às 20h (entrada até às 19h), e aos domingos e feriados, das 11h às 19h (entrada até às 18h)

Site: funarte.gov.br

Telefone: (21) 2265-9933

A primeira exposição do consagrado artista chinês Ai Weiwei no Brasil é também a maior que ele já fez. Ocupando uma área de 8 mil m² na Oca – Parque Ibirapuera, “Ai WeiWei Raiz”apresenta obras históricas e inéditas sobre as crises do mundo contemporâneo, principalmente em relação à imigração. Os ingressos custam R$ 20 e podem ser comprados pela internet. A mostra fica em cartaz entre 20 de outubro e 6 de janeiro de 2019.

Com curadoria de Marcello Dantas, a mostra mistura trabalhos icônicos e obras inéditas feitas após uma imersão pela cultura e as tradições brasileiras. Sob a consultoria da designer Paula Dib, Ai WeiWei entrou em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais desconhecidos por ele. Essa aproximação resultou em peças e instalações feitas com madeira, sementes, raízes, tecidos e couro. Um dos destaques é uma série composta por raízes centenárias de pequi-vinagreiro, espécie de árvore típica da Mata Atlântica baiana atualmente em risco de extinção.

Os visitantes também vislumbram a instalação “Ex-votos”, trabalho realizado por artesãos de Juazeiro do Norte (CE) que mescla couro e o alfabeto armorial de Ariano Suassuna. Além disso,WeiWei produziu alguns múltiplos especialmente para o Brasil, formados por moldes em porcelana branca ou pintada de quatro elementos tipicamente nacionais que, com as iniciais de seus nomes, constroem a palavra FODA: Fruta do Conde, Ostra, Dendê e Abacaxi.

Entre as históricas, estão a “Sunflower Seeds”, composta por milhões de ‘sementes de girassol’ de porcelana pintadas à mão por artesãos chineses, refletindo sobre a produção em massa e a perda da individualidade; “Straight” (Reto), mostrada pela primeira vez em sua forma completa, é uma instalação feita com 164 toneladas de vergalhões de aço recuperados dos escombros de escolas de Sichuan (China) após o forte terremoto que abalou a China em 2008; e “Moon Chest” (Cofre de Lua), uma série de baús feitos com a preciosa madeira Huali, o Marmelo Chinês, que apresentam as quatro fases da lua aos visitantes que atravessam a instalação.

O público também encontra obras fora da Oca. Perto do portão principal, está exposta a “Forever Bicycles” (Bicicletas Forever), que utiliza bicicletas como blocos de construção, fazendo também uma alusão à multiplicação e repetição. E, no lago, um imenso barco inflável navega ao sabor do vento com uma série de tripulantes que representam os refugiados.

Ai WeiWei se transformou em um dos principais nomes da arte contemporânea mundial, sobretudo por seu interesse pelas questões sociais e humanas. Em 2015 ele deixou a China e sua produção se destaca por tensionar o mundo de hoje e os modos tradicionais chineses de pensamento. Em uma de suas obras mais emblemáticas, o artista derruba intencionalmente uma urna cerimonial de cerca de 2 mil anos, da Dinastia Han, período da história da civilização chinesa. O ato foi fotografado e transformado em três imagens que circulam o mundo. No Brasil, obra é exibida em uma versão Lego.