Peça ‘Bonita Lampião’ discute a violência e a desumanização no cangaço

Espetáculo de Renata Melo estabelece comparação entre esse universo e as violências cotidianas sofridas pela população brasileira

Por: Redação

Atenção: segundo decreto do Governo do Estado, entre 6 e 19 de março SP entra na fase vermelha, suspendendo eventos culturais e outros serviços não essenciais. Leia mais aqui.

A difícil vida de “banditismo social” no cangaço é tema da peça “Bonita Lampião”, com texto de Renata Melo e direção de Lena Roque, que estreia presencialmente no Teatro Sérgio Cardoso, seguindo todos os protocolos para garantir a segurança dos artistas e do público (leia mais sobre isso abaixo).

“Lampião Bonita” trata o casal de cangaceiros de forma alegórica
Créditos: Joca Duarte - divulgação
“Lampião Bonita” trata o casal de cangaceiros de forma alegórica

O espetáculo pode ser conferido na Sala Paschoal Carlos Magno, entre os dias 26 de fevereiro a 29 de março, de sexta a segunda-feira, sempre às 19h. Os ingressos custam até R$20 e serão vendidos aqui.

O texto, que adota uma narrativa fragmentada e uma linguagem não-linear, tinha sido encenado no Teatro Sérgio Cardoso em 1994. E agora essa remontagem estava prevista para estrear antes da pandemia, na festa de 40 anos do teatro.

Com uma mistura de teatro, dança e vídeo, a encenação narra momentos da trajetória de luta e resistência do casal de cangaceiros Maria Bonita e Lampião. A ideia é traçar um paralelo entre o violento e desumano universo do cangaço e as violências diárias sofridas por boa parte da população brasileira até hoje.

Essas duas figuras emblemáticas são trazidas à tona como alegorias, ou seja, elas representam pensamentos, ideias e qualidades humanas universais.

Maria Bonita representa várias mulheres poderosas!
Créditos: Joca Duarte - divulgação
Maria Bonita representa várias mulheres poderosas!

Maria de Déa, o nome verdadeiro da cangaceira, representa todas as mulheres exploradas pelo sistema, como as negras, indígenas, periféricas, quilombolas, sem teto e as trabalhadoras ruais e urbanas. Já Lampião é o homem que contribui com este estado de degradação das coisas, que se humaniza e se desumaniza na dor de existir e sobreviver.

A partir desses arquétipos, “Bonita Lampião” discute como a violência sistematicamente institucionalizada extermina corpos, aliena mentes, devasta a natureza e instaura uma forma de extremismo político e social. Os protagonistas são interpretados pelos atores Aysha Nascimento e  Francisco Gaspar.

Teatro em segurança

O Teatro Sérgio Cardoso adota uma série de medidas para garantir a sua segurança. O uso de máscara é obrigatório para todos os espectadores, que também terão sua temperatura aferida logo na entrada da casa. Além disso, álcool em gel está disponível em vários cantos do edifício.

As sessões do espetáculo terão apenas 40% da capacidade. Respeite os assentos indicados no seu ticket, a separação pré-estabelecida de lugares e a distância entre as pessoas. Para evitar filas, compre seus ingressos com antecedência, pela internet.


#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? ❤


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