Peça ‘Carne de Mulher’ traz à tona caso de violência contra mulher
Além do espetáculo, conversas, mesas e exibições de documentários sobre a violência contra a mulher fazem parte da programação
Nos dias
10/08 - 11/08
16/08 - 17/08 - 18/08
2019
Sexta e sábado, às 20h
Domingo, às 19h
Grátis
Site: m-almada.pt
Telefone: 21 254 8220
Um dos espetáculos mais celebrados de 2017, “Carne de Mulher“, faz temporada gratuita na zona sul de São Paulo.
Solo da atriz Paula Cohen com direção de Georgette Fadel, o espetáculo expõe uma trajetória de violência na qual a protagonista foi exposta durante a vida.
O vilão da peça é o sistema patriarcal, que é um sistema profundamente enraizado na nossa cultura, onde os pilares são o caminho da opressão e da violência contra a mulher.
Os dramaturgos italianos Dario Fo e Franca Ramme escreveram a peça “Monólogo da Puta no Manicômio” em 1977 e, duas décadas depois, a então estudante de teatro Paula Cohen ficou extasiada diante do texto descoberto na Escola de Arte Dramática (EAD).
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Foram necessários mais vinte anos para que Paula se apropriasse em cena do discurso, que ganha fortes conotações feministas rebatizado de “Carne de Mulher”.
A atriz dá corpo e, principalmente, voz a uma prostituta em um momento determinante da vida. Presa em um hospital psiquiátrico, a personagem presta depoimento sobre um ato extremo praticado como revanche contra um de seus adversários. Também relembra uma sucessão de abusos sofridos em sua história pessoal.
Da iniciação sexual forçada, ainda na infância, à barra-pesada do mundo do meretrício, ela relata os namoros da juventude e as feridas que a impediram de conhecer um amor pleno. Em um desempenho enérgico, na trilha do exagero, Paula não só fala o texto.
Prefere vociferar ou gritar em algumas passagens para acentuar a revolta. Não à toa passa boa parte da montagem com um microfone em punho, reforçando a indignação e provocando a plateia, que, identificando-se ou não com as situações, deixa o teatro desafiada.
O espetáculo tem sessões nos dias 10, 11, 16, 17 e 18 de agosto, no Centro Cultural Santo Amaro, com entrada gratuita.
Além das sessões, que acontecem às 20h da sexta e dos sábados, e às 19h, nos domingos, acontecem lá no espaço conversas, mesas e exibições de documentários sobre a violência contra a mulher fazem parte da programação:
- Dia 17 de agosto
Após o espetáculo
Mesa com a professora Carla Cristina. - Dia 18 de agosto
Às 15h
Exibição do documentário de Sarah Stopazzolli “Legitima Defesa” e roda de conversa com Sarah Stopazzolli, Paula Cohen e Jessica Rodrigues.
Pega só essa superdica:
O histórico Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, que acaba de completar seus 60 anos trajetória com a remontagem “Roda Viva”, de Chico Buarque,faz uma nova temporada desse espetáculo em sua sede no Bixiga