Museu da Língua Portuguesa celebra a lusofonia com programação online

O museu transmite shows, discotecagem, slam, contação de histórias, bate-papos e várias outras atividades

Prestes a ser reinaugurado, o Museu da Língua Portuguesa preparou uma programação online lindíssima para comemorar o “Dia Internacional da Língua Portuguesa” e celebrar a pluralidade desse idioma entre os países lusófonos.

Entre 3 e 5 de maio, você pode conferir por meio do canal da instituição no YouTube e na fanpage no Facebook uma série de lives com shows, slam, contação de histórias, oficina, bate-papos e performances. Bora matar a saudade?

Museu da Língua Portuguesa
Créditos: @MuseuDaLinguaPortuguesa/Facebook

Crédito: @MuseuDaLinguaPortuguesa/FacebookO Museu da Língua Portuguesa deve reabrir ainda em 2020!

Se você, assim como nós, está curiose para conferir como ficou a reforma do lado de dentro do museu, não pode deixar de assistir à performance “Silêncio”, que foi gravada pelo dançarino Eduardo Fukushima quando o espaço estava completamente vazio.

Fado Bixa
Créditos: divulgação

Crédito: DivulgaçãoA dupla Fado Bixa moderniza esse estilo musical tradicional português

Um destaque é o show da dupla portuguesa Fado Bicha, que modernizou as estruturas desse estilo musical tradicional de Portugal com a identidade da comunidade LGBTQI+. O duo é formado por Lila Fadista (voz e letras) e João Caçador (instrumentos e arranjos).

Outras atrações musicais são a discotecagem do escritor e músico Kalaf Epalanga (Angola), e os shows da cantora Lenna Bahule (Moçambique), do músico Hélio Ramalho (Cabo Verde) e do grupo de rap Santa Mala (Brasil).

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Já a atriz e MC Roberta Estrela D’Alva convida poetas do Brasil, Cabo Verde e Portugal para uma sessão linda de slam (poesia falada).

Entre os participantes, estão a portuguesa Raquel Lima, o cabo-verdiano Edyoung Lennon e os brasileiros Kimani (SP), Lucas Afonso (SP), Lews Barbosa (SP), Wellington Sabino (MG), Tom Grito (RJ), Bixarte (PB), Allan Jones (SE) e Tatiana Nascimento (DF).

Roberta Estrela D'Alva
Créditos: Marcus Steinmeyer - divulgação

Crédito: Marcus Steinmeyer – divulgaçãoA atriz e MC Roberta Estrela D’Álva comanda um Slam com poetas do Brasil, Cabo Verde e Portugal

Para estimular desde cedo a criançada a desenvolver o amor por nossa língua, o Museu da Língua Portuguesa preparou três sessões de contação de histórias com Fernanda Raquel e uma oficina ministrada por Nina Pauline.

E, se você é daqueles que amam uma boa roda de conversa, a programação tem bate-papos com escritores do Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. A ideia é discutir os vários aspectos da nossa língua.

Museu da Língua Portuguesa

Fechado para reforma desde 2015, quando teve sua estrutura gravemente comprometida por um incêndio, o Museu da Língua Portuguesa tinha previsão inicial para sua reinauguração agora no dia 27 junho de 2020. Por conta da pandemia de Coronavírus, ainda é cedo para dizer se essa data será adiada, no entanto, a instituição deve reabrir ainda neste ano.

Com a proposta de celebrar a língua como elemento fundador da nossa cultura, o museu, criado em 2006, oferece ao visitante uma série de experiências interativas, conteúdos audiovisuais e ambientes imersivos que nos conectam ainda mais com o nosso idioma e suas origens, histórias, influências e formas.

Até a data de seu fechamento, o museu tinha recebido quase 4 milhões de pessoas ao longo de seus nove primeiros anos de funcionamento. Por lá passaram várias exposições bacanas, como aquelas dedicadas ao cantor Cazuza e aos escritores Guimarães Rosa, Jorge Amado, Machado de Assis, Cora Coralina e tantos outros magos da palavra.

Confira abaixo a programação completa das comemorações ao Dia Internacional da Língua Portuguesa:

  • Domingo, dia 3 de maio

15h – Contação de histórias, com Fernanda Raquel: histórias da literatura infantil são alimentos para o corpo e a alma (tradições indígenas e africanas); contos da tradição oral brasileira; e histórias de descobertas (contos que falam de grandes tesouros escondidos dentro de nós)

15h30 – Oficina para crianças, com Nina Pauline

16h – Conexão musical: Moçambique, com Lenna Bahule e Rafael Galante: encontro da musicista moçambicana Lenna Bahule com o historiador brasileiro Rafael Galante. Uma viagem através da língua portuguesa, comum aos dois países, pela história, música e cultura moçambicana e suas intersecções com o Brasil.

17h – Show da dupla Fado Bicha: apresentação de música com o grupo português Fado Bicha, que imprime uma identidade LGBTQI ao tradicional estilo musical português. O grupo é um projeto musical e ativista desenvolvido por Lila Fadista, na voz e letras, e João Caçador, nos instrumentos e arranjos.

  • Segunda-feira, dia 4 de maio

15h – Contação de histórias, com Fernanda Raquel.

15h30 – Língua portuguesa, prazer em te conhecer: com o idioma em comum e sotaques diferentes, jovens de Angola, Brasil, Portugal e Cabo Verde derrubam fronteiras com um animado bate-papo online. Curadoria e produção: FESTLIP.

16h30 – Conexão musical: Cabo Verde, com Hélio Ramalho e Rafael Galante: o músico cabo-verdiano Hélio Ramalho faz uma discotecagem de músicas próprias e de seu país enquanto conversa com o historiador Rafael Galante. O diálogo aproxima estes dois países de língua portuguesa em uma viagem musical.

17h30 – Show do grupo de rap Santa Mala: apresentação do grupo Santa Mala, formado por mulheres imigrantes bolivianas que vivem no centro de São Paulo – próximo do Museu da Língua Portuguesa – um território pleno de diversidade onde a língua portuguesa está sempre em construção.

18h30 – Conexão musical: Brasil-Portugal, com Rodrigo Bento: o DJ Rodrigo Bento, criador da festa de música brasileira Pilantragi, comanda um set de músicas em parceria com coletivos artísticos de Portugal.

  • Terça-feira, dia 5 de maio

15h – Contação de histórias, com Fernanda Raquel

15h30 – Ortografia também é gente: uma conversa entre escritores: a poeta mineira Ana Elisa Ribeiro conversa com o escritor português Marco Neves, a escritora e artista visual de Guiné-Bissau Gisela Casimiro, o professor moçambicano Nataniel Ngomane e a poeta pernambucana Micheliny Verunschk sobre a palavra como instrumento para dar conta do que estamos vivenciando hoje.

16h30 – Performance “Silêncio”, com Eduardo Fukushima: sozinho e com a cópia da chave que abre o portão do Museu da Língua Portuguesa, o dançarino Eduardo Fukushima descobre um museu em silêncio. Apresenta no lugar completamente vazio pílulas coreográficas inspirada nas instalações do museu.

17h – Conexão musical: Angola, com Kalaf Epalanga: O músico e escritor angolano Kalaf Epalanga faz uma discotecagem afetiva e histórica de músicas de seu país e das relações musicais que constroem seu repertório pessoal, em conversa com o historiador Rafael Galante.

18h – Poesia na língua do Slam, com Roberta Estrela D’Alva e convidados do Brasil, Cabo Verde e Portugal: Slam com os poetas brasileiros Kimani (SP), Lucas Afonso (SP), Lews Barbosa (SP), Wellington Sabino (MG, vencedor do Slam da Língua Portuguesa, promovido pelo Museu da Língua Portuguesa na Flip 2019), Tom Grito (RJ), Bixarte (PB), Allan Jones (SE) e Tatiana Nascimento (DF); a portuguesa Raquel Lima e o cabo-verdiano Edyoung Lennon, ambos participantes do Flip Slam, também realizado pelo Museu na Flip.

  • Interprogramas: Exibidos entre as atrações

Peripécias Poéticas: a língua portuguesa, em suas diversas tonalidades, texturas e variações, é o grande elo de Peripécias Poéticas, sob curadoria do FESTLIP – Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa. São pequenos vídeos de poesia vividos por atores de diversos países que falam português, como Guiné-Bissau, Moçambique, Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Cartas de um outro tempo: projeto da Revista Pessoa, “Cartas de um outro tempo” capta a realidade dramática imposta pelo coronavírus, com a experiência do confinamento, medos e relações com o outro e o mundo. Para o Dia da Língua Portuguesa, cerca de 12 autores lerão, em vídeo, suas cartas.

Pontes de Leitura: a partir do Clube do Livro do professor moçambicano Nataniel Ngomane, leitores compartilham com o público do museu trechos de seus livros favoritos.