Roda de samba é retratada em documentário

Como em tantos outros “fundões” da imensa selva de pedra paulistana, o Jardim Monte Azul vive um cotidiano marcado pela falta de programas educacionais, sociais e culturais. E este cenário, quase sempre acenado para retratos de violência, desolação e tristeza, ganha ares de alegria, esperança e a certeza de que “a vida vai melhorar”. Ao menos uma vez por mês, quando acontece o Projeto Comunidade Samba do Monte.

Realizado há quase três anos, a roda de samba, que promove uma celebração à  música surgida nos morros cariocas, tem sua história de luta e devoção registrada no documentário “Uma Comunidade Dentro da Comunidade”.

Dirigido por Diko, com participação de um time responsável pela edição, produção, fotografia, filmagem, áudio e design gráfico, o documentário de pouco mais de 45 minutos retrata a história do projeto que surgiu de um bate-papo entre amigos com a idéia de valorizar as tradições do bom e velho samba, destacar novos compositores e, além de qualquer proposta cultural, “propiciar e favorecer o crescimento dos participantes como cidadãos, membros de uma comunidade, compartilhando com o mundo seu desenvolvimento”, como melhor define o próprio diretor.

Desde 12 de outubro de 2008, hoje, o encontro realizado mensalmente (todo segundo domingo do mês) chega a reunir em média 900 pessoas por apresentação, no Centro Cultural Monte Azul. “Recebemos pessoas de todas as regiões de São Paulo e percebemos que estas atividades, como as que desenvolvemos aqui, têm acontecido a cada dia mais” ressalta.

Diko é representante de apenas um dos quase 30 coletivos culturais dedicados à valorização das raízes do samba na capital paulista. Cenário bastante favorável a uma cidade que um dia foi considerada o “Túmulo do samba”.

No entanto, as ações do projeto não ficam apenas nas tardes de batucada. Muito além das rodas de bamba, sua manifestação estende-se através do esporte, meio-ambiente, saúde e outras questões sócio-culturais, que unificam a vanguarda à velha-guarda, pessoas da região ou não, independente dos valores, idade, raça, sexo, posição social, nível de escolaridade, religião ou preferência política. “Não pensamos no projeto com algum propósito comercial e sabemos que a nossa dedicação favorece o crescimento dos moradores da comunidade, não apenas culturalmente, mas sobretudo como cidadãos”.

O resto dessa história você pode conferir no documentário, que será exibido em diversos espaços culturais da cidade nos próximos meses.

Cinescadão

(27 de agosto, sábado, das 18h às 22h)

Escadão 18a – Av. Masao Watanabe, próximo ao número 1000, Jardim Peri Novo – Norte – São Paulo

Ação Educativa

(6 de setembro, sábado, das 19h às 23h)

Rua General Jardim, 660, Vila Buarque – Centro – São Paulo

Sarau Palmarino

(24 de setembro, sábado, das 20h às 20h45)

Rua Campos Sales, 43, Jardim Presidente Kennedy – Embu das Artes (SP)