Ouça a famosa polêmica musical travada entre Wilson Batista e Noel Rosa

Por: Redação
A batalha musical rendeu sambas de primeira, que ficaram marcados na história do gênero

Dois grandes nomes do samba realizaram uma disputa musical histórica em 1933. Wilson Batista era o sambista da malandragem, da vadiagem e da gandaia, enquanto Noel Rosa representava a vida boêmia, porém respeitável.

Wilson Batista começou a carreira artística no Rio de Janeiro, onde frequentava cabarés e levava uma vida mundana. Compôs o samba “Lenço no pescoço”, que fazia a apologia à malandragem carioca. Noel Rosa, que já era conhecido na época, escreveu “Rapaz folgado” como resposta a Wilson devido ao incômodo da imagem de malandro vinculada ao sambistas.

Nasce deste atrito uma das maiores polêmicas musicais da história do samba, em que duas personalidades diferentes utilizam o mesmo gênero para defenderem seus ideais. Em 1956, a gravadora Odeon presta homenagem aos dois compositores produzindo um disco completo desta polêmica que não foi gravada na época, nas vozes de Roberto Paiva e Francisco Egydio, que interpretam Wilson e Noel respectivamente.

Escute o disco completo das provocações que duraram três anos:

Conheça também o teor crítico de cada composição:

Lenço no pescoço por Wilson Batista: apologia à malandragem.

Rapaz folgado por Noel Rosa: incentiva o trabalho e o abandono da malandragem.

Mocinho da Vila por Wilson Batista: crítica negativa ao bairro de Noel Rosa, a Vila Isabel.

Palpite infeliz por Noel Rosa: homenagem a outros bairros e defesa de Vila Isabel.

Frankstein da Vila por Wilson Batista: zomba a aparência de Noel Rosa, que tinha o maxilar inferior atrofiado.

Feitiço da Vila por Noel Rosa e Vadico: defesa do bairro de Vila Isabel.

Conversa fiada por Wilson Batista: desmente a canção anterior de Noel Rosa.

João ninguém por Noel Rosa: crítica à vadiagem.

Terra de cego por Wilson Batista: crítica às habilidades musicais de Noel Rosa.