Obra potente mostra autópsia imaginária na cabeça de Lima Barreto

Até de de
Domingo – Quinta – Sexta – Sábado
– Quinta, sexta e sábado, às 21h30. Domingos, às 18h30
Preço: Comprar
R$ 20
Local: Sesc Pompeia
Sesc Pompeia – Rua Clélia – Pompeia, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

Para comemorar os 40 anos de carreira do ator baiano Hilton Cobra, celebrar a genialidade de Lima Barreto e discutir temas urgentes na sociedade, a peça “Traga-me a cabeça de Lima Barreto” marca um reencontro de Cobra com a obra do escritor.

O espetáculo está em cartaz no Sesc Pompeia de 12 de julho a 5 de agosto. As sessões estão marcadas para acontecer às quinta, sexta e sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30. Os ingressos custam de R$ 6 a R$ 20 e podem ser comprados pelo site ou nas bilheterias das unidades.

Créditos: Valmyr Ferreira

Escrito pelo dramaturgo Luiz Marfuz, com direção de Fernanda Júlia (NATA – Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas), a obra mostra uma imaginária sessão de autópsia na cabeça de Lima Barreto,
conduzida por médicos eugenistas, defensores da higienização racial no Brasil, na década de trinta. O propósito seria esclarecer “como um cérebro considerado inferior poderia ter produzido uma obra literária de porte se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças tidas como superiores?”. A partir desse embate, a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia.

A narrativa do espetáculo ganha força com trechos dos filmes Homo Sapiens 1900 e Arquitetura da Destruição – ambos cedidos gentilmente pelo cineasta sueco Peter Cohen – que mostram fortes imagens da eugenia racial e da arte censurada pelo regime hitlerista.

O cenário, de Marcio Meirelles – um manifesto de palavras – contribui para a força cênica juntamente com o figurino de Biza Vianna, a luz de Jorginho de Carvalho, a direção de movimento de Zebrinha, a música de Jarbas Bittencourt e os vídeos de David Aynnan. Os atores Lázaro Ramos,Frank Menezes, Harildo Déda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade – todos amigos e admiradores do trabalho de Cobra, emprestam suas vozes para a leitura em off de textos de apoio à cena.