A popularização do partido alto

Martinho lança seu primeiro disco em 1969

Hoje, com 47 anos de carreira, mais de 40 CDs acumulados, 11 livros, além de diversos prêmios, enredos e desfiles com a escola de coração Unidos de Vila Isabel, Martinho é também um dos principais representantes por popularizar o partido alto.

Embora fosse gravado desde a década de 1930, este ritmo ficava sempre muito restrito às rodas de samba do morro e subúrbio carioca. O primeiro disco de Martinho da Vila, lançado em 1969, foi um marcos da popularização do antigo estilo de samba.

Escute aqui o álbum completo.

Entenda

Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural:

“O partido-alto possui uma estrutura que interpõe a um refrão fixo entoado por um coro, improvisos que diferentes solistas, partindo do tema sugerido no refrão, realizam desafiando-se mutuamente.

Ao registrar o partido-alto em disco, produz uma versão estilizada baseada na alternância de um refrão cantado por um coro (geralmente feminino) e estrofes entoadas pelo solista que, nesse contexto, tem seus improvisos imobilizados por gravações como “Casa de Bamba” e “Quem É do Mar Não Enjoa”, gravadas em seu primeiro LP, Martinho da Vila (1969), que também traz alguns de seus primeiros sambas-enredo.

Entre os partidos-altos desse disco, encontra-se “Pequeno Burguês”, uma irônica crítica social à difícil situação de um esforçado pai de família suburbano que, após uma dura jornada de trabalho, segue para uma faculdade particular em que frequenta um dispendioso curso noturno de graduação.

No mesmo disco, “Casa de Bamba” apresenta aspectos do cotidiano dos subúrbios e favelas cariocas, marcados pela religiosidade afro-brasileira (“Macumba lá minha casa/Tem galinha preta, azeite de dendê…”) e pela musicalidade (“Mas se tem alguém cantando/Todo mundo canta, todo mundo dança/Todo mundo samba e ninguém se cansa…”).”