Ativistas organizam ato simbólico para demarcar Parque Augusta

No próximo sábado, 15, ativistas vão autodemarcar o Parque Augusta em um ato simbólico organizado pelo Facebook. O evento quer chamar a atenção para os Mundurukus, povo indígena cujas terras estão ameaçadas pela construção de hidrelétricas no Rio Tapajós e pela demora no reconhecimento da Funai. A iniciativa acontece a partir das 13h.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a professora e ativista do movimento Mariana Ribeiro explica que há uma conexão simbólica entre os dois casos, pois os Mundukurus estão demarcando uma terra que não está demarcada, enquanto o Parque Augusta tem a confluência das ruas, por isso o ato é ritualístico e visa mostrar que o local deveria estar aberto.

O ato quer chamar a atenção para os Mundurukus, povo indígena cujas terras estão ameaçadas
O ato quer chamar a atenção para os Mundurukus, povo indígena cujas terras estão ameaçadas

Ainda segundo a ativista, os dois casos revelam a dificuldade do acesso à terra por causa da especulação, tanto na cidade, quanto no interior do Brasil. O ato será realizado em parceria com o Comitê Paulista de Solidariedade à Luta pelo Tapajós.

No evento, haverá oficina de tambores, um debate a respeito da autodemarcação e outro sobre agroecologia com participação de profissionais da USP, projeção de filmes, além do ritual com uma tocha para os ativistas circularem pela área.

No dia 1º de julho, o Parque Augusta foi reaberto, depois de um ano e meio fechado. No entanto, dois terços da área estão isolados com tapumes, colocados pelas construtoras Cyrela e Setin, proprietárias do terreno. Os ativistas lutam para que a prefeitura de São Paulo readquira o local.