Jovem abandona banco e vai fotografar a Ásia

Pedro Moreira, 23 anos, sempre foi apaixonado por fotografia, desde quando ganhou sua primeira câmera: a mágica Polaroid. Passado alguns anos, o interesse pelo assunto foi crescendo, e o jovem aprofundou-se com cursos de fotografia no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Vista do monte Lao Zai. (Xingping, China)

“A paixão por foto começou cedo e sempre contou com o incentivo do meu pai. Os cursos e workshops viraram um programa de pai e filho. Além do aprendizado, vinha de brinde a aproximação com meu velho”, brinca Pedro.

O paulistano, que é formado em Administração de Empresas e sempre trabalhou na área, há seis meses resolveu mudar o rumo de sua vida. Oficializou o pedido demissão do banco em que trabalhava para iniciar sua jornada pela Ásia.

“O sonho de fazer uma viagem longa era antigo, mas sempre vinha acompanhado de insegurança. Depois de pensar muito, entendi que aquele era o momento perfeito para sair do trabalho e viver a Ásia. Hoje olho para trás e tenho certeza que a decisão foi a correta”, explica Pedro.

A restauração dos Templos de Bagan é extremamente criticada por autoridades internacionais, tais como a Unesco, devido aos métodos, técnicas, materiais e mão de obra empregados na reconstrução. No entanto, nem isso ofusca a beleza dos templos datados do século 19. (Bagan, Myanmar)

O mochilão deve durar cinco meses e mais da metade do tempo já se passou. A aventura iniciou-se na China, seguido de Índia, Nepal e Myanmar. No futuro, o fotógrafo-administrador pensa em seguir viagem pelo Camboja, Vietnã, Laos e Tailândia.

Suas experiências, juntamente com as fotos, são diariamente publicadas em sua conta do Instagram (@pedrovgmoreira) e na página do Facebook (facebook.com/pedromoreirafotos). Em seus posts, ele sempre relata alguma curiosidade da cultura local ou descrição do lugar fotografado.

Antes do merecido descanso, dois homens conversam com os turistas sobre seus animais, “O meu camelo pode ficar mais de uma semana sem tomar água”, disse um deles. “Sim, o camelo é o avião da região do Rajastão”, completou o outro. (Jaisalmer, Índia)

“Meu objetivo é que as pessoas passem a conhecer um pouco mais sobre o que está por trás da imagem. Muitas vezes pesquiso sobre aspectos da cultura local e depois tento retratá-los com as fotos. Assim, quando saio para a rua, já tenho em mente o meu alvo”, conta Pedro.

Marcados como impuros desde o nascimento, os dalits ou intocáveis, vivem abaixo do sistema de castas Hindu. Fardados a atividades mal remuneradas, como as mulheres varrendo a rua na foto, os intocáveis também sofrem restrições de como se portar frente as demais castas

Através da fotografia, ele afirma também que consegue entrar mais em contato com os locais. “Mesmo com a barreira do idioma, muitas vezes o pedido para realizar um retrato permite uma aproximação com a pessoa, o que talvez seja o mais interessante de carregar a câmera”, relatou ao Viagem Livre.

Em sinal de respeito, pedi antes de tirar esta fotografia do monge. Depois sentei ao seu lado e iniciamos uma tentativa de conversa. Um pouco antes de ir, o monge sacou de seu manto um smartphone, pediu uma selfie e perguntou se poderia compartilhar a foto no Facebook. (Mandalay, Myanmar)

Confira os relatos e fotografias na página do Facebook (facebook.com/pedromoreirafotos) e na conta do Instagram (@pedrovgmoreira), além de uma breve amostra abaixo:

Em Myanmar todos os homens devem residir temporariamente em um monastério pelo menos duas vezes na vida. A primeira vez entre os 10 e 20 anos de idade, como um Samanera (monge noviço), e a segunda após os 20 anos como um Hponggy (monge ordenado).(Yangon, Myanmar)
Nas ruas de Rishkesh os macacos são tão comuns quanto as vacas sagradas. Além de dividir o mesmo espaço, estes animais lutam pela mesma comida: frutas, vegetais e tudo que permeia o chão, incluindo lixo. (Rishkesh, Índia)