No rastro do maior felino das Américas

O Refúgio Ecológico Caiman é um dos melhores lugares do Brasil para dar de cara com a onça-pintada

Por Camila Fróis, da Garupa

Com reflexos apurados, elas movem-se cautelosamente. Calculam cada passo e espreitam à distância a aproximação das visitas. O silêncio é completo. Elas estão lá, mas avistar as fascinantes onças-pintadas camufladas na natureza selvagem do Pantanal é um feito que exige determinação.  Mais do que dispor de espírito de aventura, é preciso estar no lugar e na hora certa. Por isso, o Refúgio Ecológico Caiman é um destino estratégico. Lá, a observação dos animais no ambiente natural está se transformando em uma estratégia de conservação dos felinos e geração de renda para os pantaneiros.

Nesse reduto da vida selvagem do Mato Grosso do Sul, as chances de admirar a beleza hipnotizante das onças-pintadas são bem maiores do que a média. São 50 mil hectares protegidos onde os bichos podem zanzar à vontade em meio maior planície alagada do planeta. Logo ao nascer do sol, os tamanduás, capivaras, emas, quatis e aves de todos os tipos começam a sair da mata num movimento quase que coordenado. Apesar de serem mais discretas, as cerca de 50 onças-pintadas que vivem na Reserva do hotel são cuidadosamente monitoradas pelos pesquisadores do Projeto Onçafari. Treinados na África, eles conhecem alguns desses animais com intimidade. Sabem qual território cada onça ocupa, quais suas árvores preferidas e em qual laguinho gostam de tomar água.

Graças ao trabalho dessa equipe, os turistas não são mais considerados uma ameaça pelos felinos. A proposta é acostumar as onças à presença dos carros do safári até que elas entendam que a aproximação dos veículos não oferece risco. A iniciativa é importante porque, apesar de se tratar do predador mais poderoso das matas brasileiras, as décadas de perseguição por fazendeiros –que matam as onças para proteger seus rebanhos– deixaram a espécie com medo do homem em quase todas as regiões que elas habitam. Por isso, a espécie é uma das mais difíceis de ser avistada em um safári. Com as técnicas do projeto, a observação dos animais na natureza é facilitada, o que transforma o ecoturismo em uma estratégia de conservação da espécie.

Além disso, a atividade é cada dia mais importante como alternativa de renda para os moradores locais que antes enxergavam a onça apenas como uma ameaça. Segundo Mario Haberfeld, criador da iniciativa, a ideia agora é levar o projeto para outras propriedades do Pantanal onde a onça possa se sentir protegida e ainda contribuir com a ampliação do ecoturismo, a geração de empregos e a preservação do seu habitat.

Para participar de uma expedição junto com os pesquisadores do Projeto Onçafari é preciso se hospedar no Refúgio Ecológico Caiman.

Refúgio Ecológico Caiman
Onde: Estância Caiman s/nº, Pantanal, Mato Grosso do Sul. Tel.: (11) 3706-1800
Site: caiman.com.br

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