Road Trip: Um roteiro de 2 dias pela costa de Antrim, na Irlanda do Norte

É com todo o prazer do mundo que apresento pra vocês esse roteiro que fizemos pela costa do condado de Antrim, na Irlanda do Norte, uma das viagens mais inesquecíveis da nossa vida.

Fizemos uma outra road trip anteriormente só que pela costa sudoeste da Irlanda, cujo roteiro turístico chamam de Ring of Kerry, o qual também foi fenomenal! Mas viajar pela Irlanda do Norte desta vez e ver o que vimos foi realmente inesperado e surpreendente!

Novamente seguimos o roteiro do livro da Lonely Planet, o Ireland’s Best Trips. Fizemos o roteiro nº 34 desta vez.

O roteiro começa numa cidade da Irlanda então na sexta-feira à noite nós fomos pra Belfast. Passeamos rapidamente pela cidade e dormimos no hostel Vagabonds.

1. Ballymena

No sábado, logo pela manhã, dirigimos em direção à Ballymena, nossa primeira parada sugerida pelo livro.

É nesta cidade que você começa explorando a história local através do Braid Museum. Esse museu é pequeno, então vele a pena uma parada rápida mesmo para aqueles que não gostam muito de história porque o museu é bem interativo, contando com recursos audio-visuais e muito mais.

2. Glenariff Forest Park

Nosso próximo destino foi este parque maravilhoso! A cerca de 23km de Ballymena. O passeio é gratuito, apenas no estacionamento que é cobrado £ 4.50. Lá você encontra algumas trilhas pra fazer. Nós fizemos a menor de todas, a de apenas 1km. Depois de pesquisar um pouco na internet pra fazer um post completinho pra vocês, confesso que me arrependo de não ter feito a trilha maior com 8km de extensão (Scenic Trail) ou a que o livro sugere de 3km (Red Waterfall Walk). A cachoeira deve ser linda de se ver! Então, quando forem pra lá, programem-se para a Scenic Trail, combinado?

3. Cashendun

Como era dia de jogo do Brasil com o Chile pelas oitavas de final da Copa, estávamos preocupados com o horário do jogo e com a procura de um pub que transmitisse a partida. Chegando em Cashendun, a 17km do parque, logo de cara encontramos o Mary McBride’s pub com bandeiras do Brasil na porta e já ficamos mega felizes! Foi por lá mesmo que almoçamos e assistimos o jogo. O pub é bem aconchegante e tem uma comida maravilhosa, by the way!

Pra quem não lembra, fomos aos pênaltis e haja coração, hein? rs Resolvemos gravar um video da nossa reação e vejam os gringos querendo zicar a gente. Mas eles tiveram o que mereciam no final. ahhahah

Hora de procurar um lugar pra passar a noite. Encontramos o B&B Cloneymore House. Gente, sério… preciso falar o quanto esse lugar deixou  gente contente. O Hugo e a Ann foram mega atenciosos, educadíssimos e super prestativos. Fora que a casa era uma graaaaaça e o quarto era um charme e muito confortável além de espaçoso.

Dava vontade de ficar lá na casa e nem sair mais. rs E como estamos em pleno verão europeu com o dia escurecendo por volta das 11h da noite, o dono sugeriu pra gente um passeio pela costa que levaria cerca de 1h e pra voltar era só pegar uma estrada por dentro que em menos de 15 minutos estaríamos de volta à Cashendun.

Desta forma, pela manhã, a gente poderia pegar o caminho por dentro de novo para chegar mais rápido à nossa próxima parada, economizando então 45 minutos. Claro que foi o que fizemos. Fomos até Fair Head beirando a costa, seguindo as placas de cor marrom indicando o passeio Torr Head. Vejam as fotos mega incríveis e o pôr-do-sol espetacular próximo à abandonada guarda costeira local.

4. Fair Head

Depois de um café da manhã perfeito, bem típico Irish Breakfast, o qual aliás eu retiro o que eu disse anteriormente sobre não gostar rs, fomos em direção à Fair Head de novo (16km de Cashendun), mas desta vez pra fazer a trilha indicada no livro.

Chegando no estacionamento, ficamos meio perdidos porque não havia nenhuma indicação para onde ir. Víamos só um monte de cabras, ovelhas, bois e vacas cercados. Tivemos que bater numa porta pra perguntar. Avisaram a gente que tínhamos que abrir um portão grande de ferro do lado esquerdo e seguir a marcação no chão dos fazendeiros locais. Agora prestem bem atenção: você faz a trilha bem no meio de lindas ovelhinhas. Muito fofo! E quando eu digo “no meio”, eu realmente quero dizer que elas andam lado a lado com você. No nosso caso, foram praticamente elas que indicaram o caminho pra gente. rs E chegando no final da trilha ficamos extasiados com a beleza do lugar. E aqui dá pra ver a Escócia! :)

5. Rathlin Island

A quinta parada seria uma ilha, mas para chegar lá nós teríamos que agendar uma balsa e não tivemos tempo pra isso, infelizmente. Então acabamos pulando a ilha e seguimos direto de Fair Head para a próxima atração.

6. Carrick-a-Rede Rope Bridge

Essa ponte de cordas de 20m de comprimento, 1m de largura e suspensa a 30m de altura é destino certo para quem visita a Irlanda do Norte e até mesmo a Irlanda. Ponto turístico obrigatório, hein gente? :) E diferente das demais paradas, essa atração é paga: £ 5.60/adulto. Estudante não tem desconto. Mas se você quiser apenas olhar as paisagens locais, não é necessário o pagamento. Só é exigido o ingresso se você quiser cruzar a Rope Bridge. Pra ser bem sincera já garanto que vale muito a pena!

Voces vão notar pelas fotos que a Rope Bridge liga o penhasco à uma ilha que sustentou a pescaria de salmão por séculos. É possível ver a Rathlin Island e os cliffs de Fair Head quando você cruza a ponte e para na ilha pra apreciar a paisagem.

A ponte tem mudado no decorrer dos anos. Na década de 1970 ela tinha só um corrimão e grandes lacunas entre as ripas. Em 2000 foi construída uma nova ponte com o auxilio de alpinistas e suporta até 10 toneladas. Já em 2004 outra ponte foi construída oferecendo uma passagem bem mais segura à ilha. Não houve relatos de ninguém que tenha caído da ponte, mas houve muitos casos em que os visitantes, incapazes de enfrentar a caminhada de volta ao outro lado da ponte, tiveram de ser retirados da ilha de barco.

7. Giant’s Causeway

Chegou a hora de finalmente conhecer a Calçada dos Gigantes. Esse é outro ponto turístico obrigatório e fica apenas a 11km da Rope Bridge.

Acreditem ou não, tudo isso é obra da natureza. Parece muito que foi obra do homem, não é mesmo? Mas esse conjunto de cerca de 4000 colunas prismáticas de basalto, encaixadas como se formassem uma enorme calçada de pedras gigantescas é resultado de uma disjunção prismática de uma grande massa de lava basáltica resultante de uma erupção vulcânica que ocorreu há cerca de 60 milhões de anos! E viva o Google! hahahha

A lenda local conta que um gigante chamado Finn MacCool queria enfrentar numa luta um gigante escocês chamado Benandonner, mas havia um problema: não existia uma embarcação com tamanho suficiente para atravessar o mar e levar um de encontro ao outro. MacCook resolveu o problema construindo uma calçada que ligava o dois lados usando enormes colunas de pedra. Benandonner aceitou o desafio e viajou pela calcada até à Irlanda. Ele era mais forte e maior que MacCool. Percebendo isso, a esposa de Finn MacCook, de forma muito perspicaz, decidiu vestir seu marido gigante como um bebê. Quando Benandonner chegou à casa dos dois e viu o bebê, pensou: “Se o bebê é deste tamanho, imagina o pai!” e fugiu correndo de volta para a Escócia. Para ter certeza de que não seria perseguido por Finn MacCool, ele destruiu a estrada enquanto corria, restando apenas as pedras que agora formam a Giant’s Causeway.

Para visitar a Calçada dos Gigantes você paga £ 8.50/adulto com estacionamento incluso.

Ainda quero voltar pra fazer a trilha maior de todas porque fizemos a “blue trail” de 1,2km, a segunda em termos de menor distância. Eu e o Vi nem gostamos de trilha, ne? :P

8. Bushmills

Nossa última parada foi em Bushmills, uma cidadezinha bem charmosa que fica a 3km do ponto anterior. Foi lá que paramos para encher um pouco a barriga no Ground Espresso Bars, onde tem uns lanches naturais deliciosos e feitos na hora.

O livro indica uma visita à destilaria Old Bushmills. Mais uma vez, por falta de tempo, não pudemos ir, mas se você passar por lá não deixe de visitar a destilaria pois ela é a atração turística local.

O mais legal da viagem, além das paisagens incríveis e da boa companhia é que ficou a preço de banana, praticamente. Nós só fazemos viagens low cost (baixo custo), seja de carro ou de avião. Sempre pesquisamos a passagem ou gasolina mais barata, o hostel mais em conta, o local mais barato pra comer e por aí vai. Então guardem uma graninha pra fazer essa road trip porque vocês não vão se arrepender JAMAIS!

No total nós rodamos cerca de 600km tendo como ponto de partida e chegada o aeroporto de Dublin onde o carro é retirado. À cada parada era uma surpresa. Risadas garantidas sempre fazendo parte do nosso roteiro e lembranças que ficarão pra sempre!

Se você pretende fazer esse roteiro e tem dúvidas, escrevam pra gente. E se você curtiu, não deixe de comentar aqui ou na nossa página do Facebook, além de compartilhar, né? o/