Tia Amélia, piano brasileiro com tempero pernambucano

Amélia Brandão Néri, conhecida como Tia Amélia, é uma das mais populares pianistas da música popular brasileira. Nasceu em Pernambuco, na cidade de Jaboatão, em 1897, e faleceu em Goiânia em 1983. O jornalista José Ramos Tinhorão escreveu: “quando se ouve o som de Tia Amélia, pode-se dizer que é toda a história do piano popular brasileiro que soa em sua interpretação”.

Seu pai era maestro de banda em Jaboatão, e também clarinetista e violonista. Sua mãe era pianista. Aos quatro anos, Amélia já tocava piano “de ouvido”. Aos seis, iniciou aulas de música e, aos 12, compôs a valsa “Gratidão”. Casou-se aos 17 e teve que abandonar a carreira que se formava como pianista. Mas não abandonou o instrumento, tocando em festas de amigos e família.

Estudava o folclore de sua região quando, aos 25 anos, ficou viúva e o destino a recolocou na carreira como forma de sobrevivência. Logo foi contratada pela Rádio Clube de Pernambuco. Em 1929 precisou ir ao Rio, onde foi convidada para tocar em teatros e rádios.

Em 1933 fez uma excursão para mostrar à América a música folclórica brasileira. Esteve também nos Estados Unidos, onde se apresentou em rádios e teve convite para gravar na RKO, mas recusou aparecer cantando em filmes.

Durante os anos 1940 resolveu encerrar a carreira artística. Voltou após 17 anos, tocando em rádios, teatros e também na televisão. Em 1960 foi contratada pela TV Tupi do Rio de Janeiro para fazer uma retrospectiva da época áurea do choro brasileiro. Seu último LP foi gravado em 1980 para o selo Marcus Pereira, intitulado “A benção Tia Amélia”.

“Carmélia” (1959), valsa de Tia Amélia:

Para saber mais sobre o Choro, leia o livro “Chorando na Garoa: Memórias Musicais de São Paulo”, mande e-mail para chorandonagaroa@gmail.com ou acesse a fanpage.