‘A Vida Útil de Todas as Coisas’ imagina troca de pessoas por máquinas

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre

Até de de
Sexta – Sábado – Domingo
– Às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h
Preço: Comprar
R$20
R$10
Local: Teatro do Núcleo Experimental
Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

Figura de destaque na cena teatral paulista atual, o diretor e dramaturgo Kiko Rieser faz nova temporada da distopia “A Vida Útil de Todas as Coisas“. O espetáculo acontece no Teatro do Núcleo Experimental, entre os dias 28 de junho e 21 de julho. O elenco é formado por Eduardo Semerjian, João Bourbonnais, Louise Helène e Luciana Ramanzini.

Os ingressos estão à venda por R$ 20, mas leitores VilaMundo e Catraca Livre pagam apenas R$10 apresentando esta matéria na bilheteria.

Escrita e dirigida por Kiko Rieser, distopia A Vida Útil de Todas as Coisas imagina cenário em que entes familiares podem ser substituídos por máquinas
Créditos: Heloisa Bortz
Escrita e dirigida por Kiko Rieser, distopia A Vida Útil de Todas as Coisas imagina cenário em que entes familiares podem ser substituídos por máquinas

Em uma ficção que pode ser lida como um futuro distópico ou um realismo fantástico situado nos dias de hoje, o pai de uma família comum constata que seu próprio pai está com problemas de memória, e procura uma assistência técnica para tratá-lo.

Nesse lugar, o idoso recebe o diagnóstico de que não há mais conserto ou troca para seu cérebro, portanto, seu fim está próximo. A indústria de órgãos biônicos – sempre programados para durarem pouco e serem substituídos por modelos mais novos – ainda não conseguiu criar um cérebro artificial, único órgão impossível de trocar.

Como alternativa ao problema, a loja oferece a substituição do idoso por uma máquina com aparência humana. Indignado, o protagonista rejeita a possibilidade e passa a lutar contra o comércio de substituição de pessoas por máquinas, vendo nisso um objetivo para sua vida, até então banal e rotineira. No entanto, nem sua própria filha nem mesmo seu pai aderem a essa campanha, e ele percebe que a sociedade não está interessada nos valores que ele tenta defender.

A encenação parte dessa situação para propor uma discussão sobre os limites entre o público e o privado, um tema cada vez mais atual. Em um tempo em que não há individualidades e identidades, apenas pessoas úteis a tais ou quais propósitos socialmente designados, não pode haver respeito à privacidade, já que tudo e todos devem servir ao sistema do qual fazem parte.