Shopping Higienópolis é acusado de racismo contra menino negro

O shopping Higienópolis,  localizado na cidade de São Paulo, está sendo acusado de racismo após uma segurança abordar o pai (branco) de uma criança (negra), na semana passada, para perguntar se o garoto o estava incomodando.

Na sexta feira passada, lá pelas 18h40, enquanto tomava chá com meu filho de sete anos no Shopping Higienópolis, fui surpreendido por uma segurança mulher que me perguntou se a criança, à minha frente, estava me incomodando. Surpreso, inquiri-a sobre razão de seu questionamento. Ela explicitou: tinha ordens de não deixar “pedintes crianças” molestar a quem quer que fosse no Shopping. Não precisou explicar mais nada. Apontei para meu filho e lhe perguntei se ela o considerava um pedinte por ser negro.

O relato acima foi feito pelo pai, o jornalista e artista plástico Enio Squeff.

Em seu relato no Facebook, Enio Squeff, contou que conversou com  segurança do shopping, que lhe pediu desculpas e explicou várias vezes que recebia ordens. “Eu que a desculpasse, ela não tinha tido a intenção de me ofender “.  Confira aqui o relato completo.

Racismo na infância

No relatório divulgado em julho de 2015, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), verifica-se que o número de homicídios entre crianças e adolescentes, entre 1990 e 2013, o número de homicídios entre jovens de até 19 anos dobrou. O número de adolescentes negros, vítimas, chega a quase quatro vezes o de brancos.

No Catraquinha, este assunto é pauta constante. Em uma dessas matérias, a ativista Luciana Bento explicou que é na infância que estamos formando a nossa visão de nós mesmos e descobrindo o nosso lugar no mundo. “Quando uma criança é alvo de racismo e nada é feito para coibir essa situação, a criança é levada a acreditar que ela é realmente inferior, feia, ou qualquer outra coisa negativa que tenha sido associada a ela. E normalmente quando uma situação dessas acontece com uma criança negra, os adultos tendem a “fingir que nada aconteceu”, como se ignorar a situação fosse resolver tudo. Mas não. A criança entende que aqueles adultos concordam com a situação e acabam internalizando o preconceito”, disse. Leia aqui a matéria completa.