7 coisas que você precisa saber sobre a COP

Chegando a seu último dia, a COP (Conferência das Partes), realizada em Lima, tenta chegar a uma solução para que os países enfrentem seriamente o aquecimento global; quais as consequências disso para você?

1. O que é

A 20ª Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática é um encontro que acontece desde 1º de dezembro e vai até hoje, dia 12, em Lima, no Peru.

2. Qual o objetivo

Segundo cientistas, se a temperatura do planeta aumentar em 2 ºC, as chuvas e secas já se alteram. Com uma elevação de 4 ºC, o clima da Terra entraria em colapso, afetando fortemente a agricultura e a pecuária. Por isso é importante que a COP não fracasse, como já ocorreu em outras oportunidades.
Créditos: Eric WŸstenhagen
Segundo cientistas, se a temperatura do planeta aumentar em 2 ºC, as chuvas e secas já se alteram. Com uma elevação de 4 ºC, o clima da Terra entraria em colapso, afetando fortemente a agricultura e a pecuária. Por isso é importante que a COP não fracasse, como já ocorreu em outras oportunidades.

O principal objetivo do encontro é chegar a um consenso sobre diversos pontos que, dentro de um ano, serão levados à Conferência do Clima em Paris (COP 21), quando, espera-se), os países fecharão um acordo multilateral para enfrentar o aquecimento global.

Se existir, o novo acordo substituirá o famoso Protocolo de Kyoto – a primeira tentativa, frustrada, de regular a emissão dos gases poluentes que agravam o efeito estufa.

3. Quem faz parte

Especialistas internacionais, organismos multilaterais e representantes de 195 países, com destaque para as representações de EUA e China, os dois grande poluidores do planeta.

4. Como funciona

Uma série de negociações que têm como objetivo formular um novo modelo de desenvolvimento que deverá abandonar gradualmente os combustíveis fósseis para colocar as energias renováveis no centro do tabuleiro.

As negociações abrangem cinco pontos principais:

– Fixação de um preço internacional do carbono
– Mobilização dos setores público e privado para a luta contra a mudança climática
– Redução das emissões de carbono para um valor entre 40% e 70% até 2050 e para zero até 2100
– Utilização das cidades como exemplo de sustentabilidade
– Criação de mecanismos para desenvolver energias mais limpas e eficientes

Saiba mais sobre cada um desses pontos aqui.

5. O que pode decidir

Os primeiros passos dados pela China e pelos EUA, os dois países mais poluidores do mundo, parecem positivos para organizações e comunidade internacional. Pouco antes do encontro, Washington e Pequim anunciaram um compromisso conjunto para a redução de emissões pela primeira vez na história e a posição foi mantida em Lima.

Um dos grandes problemas, contudo, é que a discussão sobre as mudanças climáticas sofre grande influência de temas econômicos que colocam frente a frente os países ricos e os pobres. A ajuda que os países desenvolvidos prometeram dar aos países pobres pela maior responsabilidade daqueles na mudança climática – o chamado Fundo Verde – nunca foi cumprida.

Em propostas antigas, países pobres ficavam isentos de obrigação de mitigação – o corte de emissões – por terem contribuído menos para o CO2 acumulado. Agora, os representantes mais desenvolvidos criticam a “bifurcação” de decisões e defendem metas mais semelhantes para todos os países.

6. Qual o papel do Brasil

“Antes, a grande questão para o Brasil era como lidar com o desmatamento e, de fato, houve progressos nos últimos seis, sete anos. Mas qual o próximo passo?” Quem diz isso é o biólogo brasileiro Gustavo Fonseca, diretor de programas e especialista em mudanças climáticas do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

Agora há necessidade de explorar mecanismos de mercado e geração de renda para a população amazônica. Com a diminuição dos problemas de conflito armado, há um espaço maior para tratar dessas questões de uma maneira mais integrada. E o Brasil deve reassumir o papel de protagonista nessas negociações.”

O maior objetivo dos participantes é que os encontros deste ano e de Paris, em 2015, não acabem sem que grandes decisões sejam tomadas, como ocorreu em outras oportunidades. Apesar de ações positivas de EUA e China, os maiores poluidores, diferenças econômicas podem travar as discussões. 

“O grande avanço poderia ser a transversalizção da questão ambiental nos diferentes setores do Governo. Não dá para o meio ambiente ser discutido só no Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura ser independente da questão ambiental. É preciso ter uma visão de que o país precisa dessa direção que olhe a questão de recursos naturais como um capital natural e não como uma coisa que impeça o desenvolvimento econômico e a expansão do agronegócio.”

7. Qual o impacto prático para você?

Se um compromisso for assumido, cada país pode conseguir que o aquecimento global não supere a barreira dos 2° C nas próximas décadas, limite marcado pelos especialistas para não lamentar consequências catastróficas no meio ambiente (no último século, aumentou em 0,8° C e o medo de ambientalistas é que chegue a 4° C).

A quantidade pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo o clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade do planeta, provocando desastres ambientais.

Segundo cientistas, se a temperatura do planeta aumentar em 2 ºC, as chuvas e secas já se alteram. Com uma elevação de 4 ºC, o clima da Terra entraria em colapso, afetando fortemente a agricultura e a pecuária. Em boa parte das zonas tropicais, o aumento da temperatura em níveis mais altos inundaria cidades litorâneas e provocaria a formação de furacões de maneira mais frequente, em quase todos os oceanos, inclusive no Atlântico Sul.