‘AfroeducAÇÃO’ homenageia mulheres negras latinas e caribenhas

O AfroeducAÇÃO no cinema’ realiza neste sábado, 22, no Espaço Itaú de Cinema, do Shopping Frei Caneca, a exibição dos filmes “Nossa História Invisível” e “Outras”, que discutem a trajetória de mulheres negras brasileiras. O evento faz parte da comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, no próximo dia 25, conhecido por todo o Brasil como Julho das Pretas.

Em uma parceria com a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, o local recebe as diretoras das produções para discutir a realidade no cinema por aqui, entre outros assuntos que cercam a comunidade negra. A mediação fica por conta da jornalista Cinthia Gomes, ativista da Cojira-SP (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo).

A produção Outras tem a direção da recém-formada em Cinema pela Universidade de São Paulo, Ana Júlia Travia. Ela conta que este foi seu trabalho de conclusão de curso, além de ressaltar a importância do reconhecimento como mulher negra no audiovisual para realizar o filme.

O filme foi produzido e filmado durante dois anos.

“Tentei fugir pro mundo profissional, e ele era cheio de homens brancos riquíssimos, que queriam que eu, depois de ter ralado pra caramba de estudar, limpasse chão de graça enquanto eles brincavam de artista. Estava num estágio de produção cultural e comecei a me envolver com o movimento feminista, mas né? Só metade das minhas demandas foram atendidas porque a maioria das mulheres eram brancas. Foi só com a Ocupação Preta que eu comecei a ter contato com outras estudantes negras da USP.”

Seis mulheres de etnias e origens sociais diferentes fazem parte do enredo. Segundo a cineasta,  elas dialogam com questões ainda polêmicas na sociedade.

“Quando eu estava discutindo o roteiro do filme com a roteirista, Mariana Vieira, a gente sempre falava que queríamos um filme em que a gente pudesse debater, um filme que superasse algumas questões e trouxesse outras mais tensas. Não queríamos resolver nada, nem aliviar nenhuma barra pro espectador mas ao mesmo tempo não queríamos se achar melhor que a plateia. Por isso, eu espero que a exibição seja polêmica, com  um debate acalorado e que depois a gente possa marcha dia 25 de julho lado a lado”.

Com a proposta de contar histórias de quatro mulheres negras que sofrem opressões da sociedade, além do racismo e machismo, Nossa História Invisível, uma série,  também chega com tudo para deixar o debate ainda mais interessante. Cada episódio reúne narrativas que destacam o porquê da discussão e da data internacional.

SIZINEIDE SOUZA

Nesse último fim de semana fomos à Vargem Grande conversar e conhecer a Sizineide. Uma mulher negra, linda, amorosa e guerreira que nos contou sua história de resistência e existência. Ela, além de compartilhar o tempo e histórias, compartilhou conosco seu amor em forma de sabores e saberes. Muito amor e um salve pra todas as pretas que alquimizam as histórias e resistem sempre <3

Posted by Nossa História Invisível on Tuesday, September 27, 2016

A exibição é uma realização do AfroeducAÇÃO e do Clube do Professor, que possuem como principal objetivo promover a troca de conhecimento entre os participantes, direcionado, principalmente aos educadores e espectadores interessados na inserção da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Básica.