Amazônia perdeu 10 mil km² de floresta em 2019, maior taxa desde 2008

O tamanho da destruição no governo Bolsonaro equivale a 1,4 milhão de campos de futebol

Por: Redação
Esta é a terceira maior alta percentual da devastação na história
Créditos: Fábio Nascimento / Greenpeace
Esta é a terceira maior alta percentual da devastação na história

O desmatamento da Amazônia atingiu 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, segundo dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), divulgados nesta segunda-feira, 18, pelo Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais). É a maior taxa desde 2008 e a terceira maior alta percentual da devastação na história, perdendo apenas para 1995 (95%) e 1998 (31%).

Segundo o Greenpeace Brasil, esse panorama é resultado do que o governo de Jair Bolsonaro defendeu desde a campanha eleitoral. “O projeto antiambiental de Bolsonaro sucateou a capacidade de combater o desmatamento, favorece quem pratica crime ambiental e estimula a violência contra os povos da floresta. Seu governo está jogando no lixo praticamente todo o trabalho realizado nas últimas décadas pela proteção do meio ambiente”, diz Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia da organização.

Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, o dado divulgado pelo Inpe é o indicador mais importante do impacto da gestão Bolsonaro/Salles para o meio ambiente do Brasil até agora: “um imenso desastre”. “Propostas como legalização da grilagem de terras públicas, mineração e agropecuária em terras indígenas, infraestrutura sem licenciamento ambiental só mostram que os próximos anos podem ser ainda piores.”

A tendência é que a destruição só aumente. Dados do Deter, índice também desenvolvido pelo Inpe, mostram que os três primeiros meses que compõem o próximo período do Prodes (agosto a outubro deste ano) indicaram um crescimento de cerca de 100% da área com alertas de desmatamento na comparação com o mesmo período de 2018.

Para Mazzetti, mesmo diante de um cenário alarmante para a Amazônia, com aumento das queimadas, do desmatamento, das invasões de áreas protegidas e da violência contra os povos indígenas, o governo não apresenta nenhuma política consistente para proteger a floresta e seus povos; pelo contrário, está ao lado do crime ambiental.

“A combinação de altas taxas de desmatamento com a falta de governança sacrifica vidas, coloca o país na contramão da luta contra as mudanças climáticas e traz prejuízos à economia, uma vez que o mercado internacional não quer comprar produtos contaminados por destruição ambiental e violência”, avalia Mazzetti.