Anistia Internacional denuncia violência durante Olimpíada no Rio

Na primeira semana dos Jogos, foram registrados 59 tiroteios/disparos de arma de fogo na cidade

A Olimpíada no Rio de Janeiro tem sido cenário de muitos momentos emocionantes e que têm marcado o Brasil e todo o mundo. No entanto, a Anistia Internacional divulgou um relatório que vai contra o “legado olímpico” de segurança para todos e denuncia o outro lado da cidade durante o evento: a violência e a segurança seletiva.

Enquanto algumas regiões da capital carioca estão aparentemente protegidas, nos morros as operações policiais têm sido extremamente violentas, marcadas por tiroteios, com pessoas feridas e mortas.

O relatório da Anistia mostra a violência e a segurança seletiva na Olimpíada do Rio

Após 10 dias do início dos Jogos, duas coisas já estão claras para a Anistia: “a repetição de um padrão de violações e abusos por parte das forças de segurança e a ausência completa do prometido legado de ‘cidade segura para todas as pessoas'”.

“Há pelo menos 5 casos confirmados de mortes em operações policiais (3 em Del Castilho, 1 na Maré, 1 no Cantagalo), e casos ainda não confirmados nas favelas de Acari e Manguinhos. Moradores dessas áreas relatam outros abusos como invasão de domicílio, ameaças, e agressões físicas e verbais”, afirma a nota.

O balanço da Anistia questiona o tão falado “legado olímpico” sobre a segurança na cidade

Segundo o relatório, as operações repressivas e violentas refletem uma visão de que as favelas e periferias do Rio são espaços de exceção, onde o estado de direito não vale e o uso desnecessário e excessivo da força é permitido.

A Anistia também apurou que na primeira semana da Olimpíada, de 5 a 12 de agosto, foram registrados 59 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro, ou seja, uma média de 8.4 por dia, quase o dobro da semana anterior, com média de 4.5 (32 no total). Pelo menos 14 pessoas foram mortas e 32 ficaram feridas por armas de fogo.