Após acordo, prefeitura de SP anuncia a criação do Parque Augusta

Em nota, Movimento Parque Augusta comemorou o acordo: "É uma conquista da população organizada contra a especulação imobiliária"

Após anos de negociação, mobilização popular e resistência, o Parque Augusta finalmente sairá do papel. Os termos do acordo foram assinados na manhã desta sexta-feira, 10, com as construtoras Setin e Cyrela – proprietárias do terreno localizado no Centro da cidade.

Com a transferência da área de 24.603 metros ao município, as empresas poderão levar para outra região o projeto que pretendia a construção de salas de escritórios, lojas e uma torre residencial – previsto para o Parque Augusta.

“O Parque Augusta é uma conquista da população organizada contra a especulação imobiliária”, comemoraram os militantes

A negociação prevê também obras avaliadas em R$ 6,2 milhões direcionados à restauração da portaria e edificação do centenário Colégio Dex Oiseaux, inaugurado em 1907 – além da construção do Boulevard Gravataí – passagem que leva à Praça Roosevelt. Do montante, cerca de R$ 2 milhões serão utilizados na manutenção do parque nos próximos dois anos.

De acordo com um projeto divulgado pelo jornal Estadão em julho, o primeiro desenho do parque indica a construção de arquibancada, deque e um cachoródromo.

Movimento comemora decisão e pede abertura do parque

O Movimento Parque Augusta, participante da construção do acordo, comemora e diz que a solução, através da transferência de potencial construtivo, começou a aer discutido em 2014. “A transferência do potencial construtivo é uma solução que não onera os cofres públicos e, ao mesmo tempo, compensa o proprietário, abrindo uma nova frente a ser aplicada para a implantação de outras áreas verdes hoje desejadas na cidade”, justifica em documento entregue à imprensa.

No texto, o grupo elenca três pontos que são essenciais, porém não foram detalhados no plano: a participação continuada e garantida no desenvolvimento do estudo preliminar do Parque apresentado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente; a discussão mais atualizada nos modos de gestão compartilhada, buscando criar novas políticas públicas; e a abertura imediata dos portões. Agora, os integrantes dizem que querem continuar participando dos processos decisórios que vão definir a forma e o modo de do acordo.