Após oito meses, general diz que sabe quem matou Marielle Franco

A vereadora do PSOL e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no dia 14 de março de 2018

Marielle Franco foi assassinada juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018
Créditos: reprodução / Twitter @SAIS_LASP
Marielle Franco foi assassinada juntamente com seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018

O Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, revelou que já sabe quem são os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, e disse que pretende prender todos os envolvidos de uma só vez.

De acordo com entrevista do general à GloboNews nesta quinta-feira, 22, os investigadores trabalham agora em busca de reunir provas para que o inquérito seja enviado à Justiça de maneira que assegure que os denunciados não sejam inocentados.

“O problema todo é criar uma narrativa consistente ligando estes atores com provas cabais. Seria um fracasso se a sociedade observasse esses indiciados não fossem condenados”, disse o secretário.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos a tiros no dia 14 de março de 2018 na região central da capital fluminense. Até o momento, no entanto, o crime não foi esclarecido e os familiares, militantes e políticos do PSOL cobram um parecer da Justiça.

Ainda na entrevista, Nunes disse que pretende entregar o caso solucionado ao final do período da intervenção federal no estado, que termina em 31 de dezembro.

O general confirmou também a participação de milicianos no assassinato, além da possibilidade real do envolvimento de políticos no crime.

“Esperamos que [vamos concluir o inquérito em 31 de dezembro] sim. Não podemos ser precipitados. No momento que prende um [suspeito], não prende os demais. Alguns participantes nós temos. Temos que criar uma narrativa consistente com provas cabais que não sejam contestadas em juízo. Seria um fracasso que a sociedade não observasse essas pessoas como criminosas e elas não fossem condenadas no tribunal do júri”.

Por fim, o general esclareceu que o crime não foi motivado por ódio: “É um crime que tem a ver com a atuação política e a contrariedade de alguns interesses. Se a milícia não está a mando, está na execução. Provavelmente [tem político envolvido]”, afirmou.