Aras arquivou notícia sobre citação a Bolsonaro no caso Marielle

O procurador-geral da República disse que a divulgação do episódio é um "factoide"

Para Aras, não há motivos para que a investigação e o inquérito tramitem em Brasília
Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil
Para Aras, não há motivos para que a investigação e o inquérito tramitem em Brasília

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou à Folha de S.Paulo que o Supremo Tribunal Federal e a PGR já arquivaram uma notícia enviada ao STF pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que informava sobre a menção ao nome de Jair Bolsonaro (PSL) na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Aras disse que a divulgação do episódio é um “factoide”. Mas, segundo o procurador, ele remeterá para o Ministério Público Federal no Rio um pedido feito pelo ministro Sergio Moro para que se investiguem as circunstâncias do depoimento do porteiro, divulgado pelo Jornal Nacional nesta terça-feira, 29.

Para Aras, não há motivos para que essa investigação e o inquérito sobre a morte de Marielle tramitem em Brasília, pois não há indícios de envolvimento de pessoas com foro especial perante o Supremo.

“Por si só, a notícia de fato [que chegou ao Supremo] já encerrava a solução do problema”, afirmou o procurador. “[O arquivamento ocorreu] porque não tinha nenhuma hipótese [de investigação do presidente] a não ser a mera comunicação [ao STF]”, completou. Ele não informou a data do arquivamento da notícia.

De acordo com Aras, também foram enviadas ao Supremo gravações de ligações entre a portaria do condomínio Vivendas da Barra e as casas apontadas pelo porteiro, mas nelas “não há menção ao presidente”. “O que existe agora é um problema novo, o factoide que gerou um crime contra o presidente”, declarou.